5.8.07

De «Salazar» a «25 de Abril»

Em 6 de Agosto de 1966, os lisboetas assistiram à inauguração da nova ponte sobre o Tejo.

«Ponte Salazar» foi o seu nome de baptismo. O de crisma viria oito anos mais tarde, pelas mãos do coronel Varela Gomes e de um grupo de populares que substituíram os dizeres iniciais pelos que agora conhecemos.

Numa das suas típicas tiradas irónicas, Salazar previu este acontecimento. Quando, antes do início das cerimónias em 1966, viu o seu nome num dos pilares, perguntou:

«As letras estão fundidas no bronze ou simplesmente aparafusadas? É que, se estão fundidas no bloco de bronze, vão dar muito trabalho a arrancar.»

Não sei se o trabalho foi duro. Mas deve ter sido feito talvez com alguma raiva e, seguramente, com muito prazer.

Para que não nos esqueçamos do cinzentismo inigualável de Américo Tomás, deixo aqui um excerto do discurso que então proferiu:





3 comments:

sem-se-ver disse...

deus meu, ouvi-lo transportou-me inteirinha à minha infância... caramba, não tinha ideia que me marcara tanto a memória esta voz, esta cadência, esta decrepitude.

(salazar é outra história, nem que seja por mesmo após o 25 de abril registos audiovisuais dele continuarem a passar)

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Joana Lopes disse...

Era uma voz sinistra! Nunca esquecerei os célebres discursos de Ano Novo!
Um abraço