19.3.08

Birkin, Durão & Silva

ADENDA (*)

Durão Barroso já em tempos recordara a proibição de ouvir Jane Birkin como símbolo dos tempos de fascismo.

Hoje, diz-nos o DN que foi a censura ao Je t’aime, moi non plus, numa cena do filme Blow-up, que atirou Augusto Santos Silva para os braços do trotskismo.

«Touchée» pelas motivações eróticas do anti-fascismo dos nossos políticos.




P.S. - Li mal o texto do DN: o que terá atirado SS para o trotskismo foi não ver a J. Birkin despida no Blow-up e não a censura à canção Je t’aime, moi non plus. Durão Barroso, esse sim, recordou há alguns meses os tempos em que ouvir aquela canção era «um acto ilícito».

6 comments:

Anónimo disse...

Posso estar enganado, mas juraria que me lembro perfeitamente de ter ouvido o Je t'Aime... Moi Non Plus na rádio, embora possa ter sido já na fase final do regime.
Quanto ao Santos Silva, pela idade que tem, juraria também que está a efabular (idem, aspas para o Barroso).
Será talvez a minha cabeça que está a precisar de uma reinstalação o sistema operativo. ;-)

Joana Lopes disse...

Deve ter razão, Rui. Também não me lembro de ter ouvido a canção clandestinamente.
Além disso, a J.Birkin cantou isto em 69 e o «Blow-up» é de 66 (Wikipedia dixit). Ou o jornalista ou o S.Silva têm as cronologias baralhadas.
Mas o que é espantoso é que ambos - DB e SS- se lhe refiram como a um ícone da repressão fascista.

Ana Cristina Leonardo disse...

eu lembro-me que se dançava o Je t'Aime... Moi Non Plus nos bailes das garagens. de qualquer forma, importava saber que o lançou o Santos Silva para os braços do PS. Algo igualmente erótico?

Joana Lopes disse...

Ap PS, foi parar com os ex-qualquer coisa, julgo que MES. É onde estão (quase) todos - embora me custe a perceber como, nalguns casos.

Joana Lopes disse...

... não acabei o comentário anterior: bem pouco erótico, portanto.

Anónimo disse...

Claro que o "Je t'aime moi non plus" não era proibido coisíssima nenhuma. Era, sim, um enorme frisson, isso era! Convenhamos... E nessa medida não circulava livremente, por causa da forte censura social. Conseguem imaginar a pedrada no charco que era ouvir uma letra 100% explícita, na nossa 2ª língua de então, acerca do mítico acto, ao vivo e em directo? Quando os filmes ainda eram cortados "nessas cenas"? Acho que há 1 certa verdade histórica na ideia de "acto proibido", porque não tenho a provecta idade do Durão Barroso, mas quase... E aquilo "indispunha" até os mais abertos. Na prática, não era acender uma chama. Era sim como lume na palha, pelo menos quando se tinha 14 anos... Tinha essa idade quando em 71 ou 72 a minha turma do 5º ano de então incluiu uma audição da dita canção na festa do "centenário" das aulas de francês (uma celebração que se fazia na época... e cujo programa era fixado pelos alunos). Lembro-me perfeitamente dos sorrisos amarelos da professora, sem saber onde meter-se perante o nosso silêncio concentrado e provocador, eheheheh!
Laura