16.12.08

Agora os bichos












Barney, o cão de Bush, tem uma secção especial na página da Casa Branca, os americanos discutiram acesamente se Obama devia comprar um cão de luxo ou adoptar um rafeiro, Putin pôs um GPS na cadela para melhorar a controlar (atavismos...).

Vem isto a propósito de uma petição destinada à AR, que corre por aí e já tem mais de 7000 assinaturas, exigindo que as despesas com veterinários sejam dedutíveis no IRS.

Declaração de interesses: adoro cães e já gastei somas avultadas com os respectivos clínicos. Mas não vejo por que razão os meus compatriotas deveriam amenizá-las. Ninguém é obrigado a ter cão, gato, cobra ou periquito. São bons para o ego dos donos? Certamente, tal como ir aos saldos ou, pelo que oiço, usar baton no caso das mulheres.

Não sei a taxa de natalidade destes bichos está ou não a diminuir, não me parece que ninguém esteja a importar gatos ucranianos (agora me lembro que há um cão polaco no meu prédio!...), mas deles não depende certamente nem o futuro deste país, nem a solução para a Crise. Haja deus!

3 comments:

nocas verde disse...

Concordo plenamente consigo.
Sempre tive animais, dos mais "normais" aos mais "estrambólicos" e gastei também muito dinheiro em velar pelo seu bem estar ou, algumas vezes, para lhes garantir uma vida menos indecente ou morte mais digna (nem sei o que isso é... mas adiante)
Nunca pensei enquanto pagava ou "negociava" com o amoroso veterinário o parcelamento daquela despesa a este ou aquele que bom seria os outros compatriotas ajudarem ou comparticiparem nelas.
No entanto, e vendo a ainda grande quantidade de animais que não têm assistência básica (vacinas e vigilância) constituindo assim um perigo para eles próprios e para quem por eles passa um perigo à saúde, poderá ser interpretada como um incentivo a esses donos irresponsáveis... talvez.
Um bom dia e muito obrigada pelo seu blog.

Anónimo disse...

É necessário ter em atenção uma realidade muito marcante no nosso país fora das cidades: a maioria da população, sobretudo nas áreas rurais, não recorre aos veterinários por questões económicas (assim como, no limite, também não vão elas próprias ao médico particular). O que acontece é que os cães e gatos ou são curados com tratamentos caseiros ou são abandonados, pura e simplesmente, porque os serviços autárquicos não têm mãos a medir. A questão do IRS é apenas um aspecto, e provavelmente servirá mais as classes médias urbanas. Mas é importante que existam sinais de mudança nesta matéria.

RC

Joana Lopes disse...

Para os dois: claro que é preciso evitar a degradante realidade de animais mal cuidados. Mas isso faz-se com civismo e não com IRS (como diz RC, isso só iria beneficiar as classes média/altas urbanas).

Só haveria uma vantagem colateral: obrigar os veterinários a PASSAR RECIBOS!!! Por experiência própria: muitos nem aceitam pagamentos por Multibanco, mas apenas por cheque ao portador ou em dinheiro. (Se se pede recibo, ameaçam com o IVA.)