18.10.08

Cardoso Pires - 10 anos

(Clicar para ler)


«Eu pessoalmente não concordo»

...Octávio Teixeira, a propósito de alguns temas importantes abordados nas Teses do PCP para o próximo Congresso.

Por puro acaso, ouvi uma parte da entrevista difundida hoje, no RCP, no programa «Politicamente».


Resumo e excerto aqui. Em breve na íntegra.
Absolutamente a não perder.

Vade retro
















A história resume-se facilmente: André é uma criança espanhola que sofre de uma doença grave identificada como só podendo ser curada com recurso a células de um irmão. Este acaba de nascer, como resultado da escolha de um embrião «saudável» e compatível.

Escândalo em nota emitida pela Conferência Episcopal espanhola: «práticas horrendas», drama na «eliminação de embriões humanos doentes e de outros sãos mas não compatíveis», defesa do direito do novo bebé a não ser tratado como «meio instrumental de utilidade técnica», condenação por «o nascimento de uma pessoa ser acompanhada da destruição dos seus próprios irmãos».

Só me ocorrem palavrões. Em vez deles, um lamento: que não tenha sido feita escolha de embriões antes de estes senhores bispos terem nascido, porque estariam certamente no lote «de los enfermos».

(Fonte)

17.10.08

Jugular?

Acaba de nascer, chama-se Jugular e está lá muita gente que saiu do 5 Dias.
Jugularão bem - com certeza.

Visões ou falta delas










A ida de portugueses a Cuba para serem submetidos a intervenções cirúrgicas do foro oftalmológico foi objecto de múltiplas reportagens no início deste ano. Escreveu-se então que haveria 100 mil pessoas à espera de uma primeira consulta e 30 mil a aguardar vez para uma cirurgia, algumas delas há vários anos. Soube-se que várias autarquias estavam a levar os seus munícipes para uma estadia planificada de duas semanas em Havana – tudo incluído, e a preço menos elevado do que qualquer oferta privada em Portugal. Entretanto, terá sido assinado um protocolo entre o governo e um hospital privado de Lisboa – aparentemente, uma gota de água se tidas em conta as necessidades.

Ontem, fui submetida a uma dessas operações – em Lisboa, a cinco minutos de minha casa. Tempo de espera? A meia dúzia de dias decidida pelo médico. Custo? Zero euros (tenho um seguro de saúde pago pela empresa minha ex-empregadora). Recuperação? Regressei para casa a pé, estou aqui, 24 horas depois, a escrever no computador, guio sem restrições. Sou privilegiadíssima? Certamente.

Mas há um ABISMO entre esta minha situação e a acima descrita e isso é que não é normal. Ontem, enquanto esperava que diferentes tipos de pingos tivessem o efeito anestésico desejado, não me saíam da cabeça as imagens do aeroporto de Faro onde, com ar ansioso, um grupo preparava uma travessia do Atlântico para algo que podia ser feito quase à esquina de casa ou da cidade – numa hora.

Há médicos, há instalações, são necessários aparelhómetros mais complicados do que o robot que ordenha as vaquinhas do dr. Cavaco, mas eles existem. Atiram-se culpas para cima de uns ou de outros e problemas como este e uns tantos semelhantes arrastam-se como se fossem insolúveis. E é impossível que o sejam, quando giram pelo mundo milhões e milhões de euros, com um número de zeros que escapa à nossa compreensão, para corrigir erros crassos que ainda ontem nos pareceriam impensáveis.

Pousada em Peniche?

© rabiscos vieira

(via Arrastão)

Aí estão elas

Voltaram as cadeias. Esta nasceu do Brasil e pretende «reconhecer os valores que cada blogueiro mostra a cada dia, seu empenho por transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras…».

Parece-me um tanto complicado, mas sou incapaz de recusar seja o que for a um cão mesmo com pulgas e, assim sendo, aqui vai para o Zé Carlos (por vingança, pois com certeza), para o dr. Maybe, para o Jakk, para a Isabel e para a D.Ester.

Pede-se que seja enviada a 15 bloggers: os 10 votos que faltam vão todos para o putativo futuro presidente deste burgo - ele merece .

15.10.08

Outonos

Retour aux sources, s’il te plaît...

Ironia de destinos

Importa recordar que está em construção um muro de 1 200 km para impedir a entrada de mexicanos nos Estados Unidos. O que se passa é que, por causa da actual crise, não só já se deu uma redução de 25% na taxa daquela imigração, como há milhares de mexicanos desempregados que regressam a casa.

Assim, o famigerado muro poderá vir a ter no futuro uma única utilização imprevista: permitir que o México não deixe entrar californianos, texanos e outros que tais rumando a Sul em busca de melhores dias.

Apenas humor negro? Pura ficção? Oxalá...

(Fonte)

14.10.08

Também no RCP

À 5ª feira à noite, entre as 21:00 e as 22:00, falo uns minutos sobre blogosfera no Rádio Clube Português - Porto (programa «Ao fim do dia»). Quando houver podcast disponível, indicarei aqui.

Para além do imaginável

















Li, mais ou menos distraidamente, um post que a M. João Pires publicou ontem no 5 Dias, tão óbvio me pareceu o conteúdo. Dizia, naquilo que interessa: «para mim prova de bom senso é levar a minha filha adolescente à ginecologista para que lhe seja receitada a pílula».

Alertada pela própria, fui ver o que se passava na Caixa de Comentários. No momento em que escrevo, estão lá quarenta e oito e o fim não parece à vista. Para todos os gostos? Sim, mas a grande maioria ataca ferozmente a inocente (julgava eu...) frase da João.

«Porque está a empurrar a adolescente para a prática (perigosa) do acto sexual sem preservativo?»
«A pobre criança ver-se-á aflita para não ter relações sexuais impingidas pela mãe.»
«Pode não ser sensível a valores como a fidelidade e o respeito pelo próprio corpo e pelo corpo do outro (isto é no fundo o que significa a abstinência) mas alguns jovens podem sê-lo.»
«Como dizem as adolescentes americanas que começam cedo: ”tanta coisa para ter umas cócegas no fundo da barriga”.»

Juro que tirei isto do 5 Dias e não de um discurso de Sarah Palin.

Muitos recusam-se ainda hoje a aceitar que o uso da pílula foi uma das grandes vitórias das mulheres – adolescentes incluídas, evidentemente – EM MEADOS DO SÉCULO XX! Porque é disso que se trata: tivesse a João dito que tinha comprado preservativos para o filho adolescente e ninguém teria reagido.

O resto é conversa.

13.10.08

Medidas drásticas

No Camboja como cá, o divórcio não é fácil. Farto de esperar por decisões e partilha de bens, um casal foi adiantando trabalho e serrou ao meio a casa que partilhava há mais de quarenta anos.

(Fonte)

Uma frase

12.10.08

A crise

Líderes europeus procuram a solução.

Impressionante e assustador




Este vídeo mostra o tráfego aéreo comercial no mundo, durante 24 horas. (Repare-se nas diferenças de densidade segundo os fusos horários).

Esperemos que o homem domine melhor o espaço aéreo do que tem gerido a arena financeira!...

«Bom dia, paraíso»
















Absolutamente a não perder um texto de Nuno Brederode Santos no DN. Depois de umas férias demasiado longas para meu gosto, regressaram as crónicas de Domingo e a de hoje é uma pequena maravilha. Admito que o meu entusiasmo esteja inflacionado pela amizade que ficou do tempo em que juntos demos milho a outros pombos. Noutras eras.

«Sentei-me e, enquanto os pombos afluíam de todos os lados, pus-me a pensar, prazenteiro, na extraordinária fortuna que a Fortuna reservou à minha geração. Talvez não tenhamos sido melhores do que as outras. Mas, que raio!, investimos nas incertezas (sem qualquer pulsão de jogadores de casino); suámos brio e privámo-nos de muitos dos deleites sem alma que o quotidiano oferecia ao preço da uva mijona; e alguns - tantas vezes os melhores de entre nós - deram o sangue. Tudo isto porque - fôssemos da esquerda católica, ou da laica, ou comunistas, ou libertários - tínhamos o crânio povoado pelos fantasmas difusos, mas estimáveis, da liberdade, da igualdade, da fraternidade, do fim da exploração do homem pelo homem, das mãos dadas sem olhar a quem, do amor como irmão gémeo da razão - enfim, da vida como festa a ser fruída.(...)

A liberdade acabou feita: talvez pelo desinteresse, mas aí está. Exploração, não tem como nem para quê. E eis que a vida virou festa a ser fruída. (Ainda que um tanto à custa dos pombos.) Qual quê! Nem Criação nem Big Bang. Nem Deus nem Darwin. Viva a escola de Chicago!»

Tigre de papel