6.5.09

Adeus e até ao meu regresso















Pedro Namora, que nos habituou a uma presença constante a propósito de algumas histórias bem tristes, é hoje protagonista de uma outra. Sabe-se que vai ser candidato à presidência da Câmara de Setúbal pelo PPM, porque o PC (mais exactamente a CDU), partido em que militou vinte e seis anos, vai propor alguém que ele classifica como «anticomunista dissimulada».
Entretanto, vai dizendo no seu blogue: «Cada vez me sinto mais próximo, ideologicamente, do meu Partido, o único que verdadeiramente defende os trabalhadores e outras classes sociais desfavorecidas, em Portugal». Procurará ser digno de reaver o seu «estimado cartão de militante» e,«naturalmente, no resto do território nacional», apelará ao voto na CDU (nacional? e no resto mundo?).
Portanto, para ele, Duarte Pio ou Jerónimo de Sousa – who cares? E para o PPM também vale tudo? Não há nem uns pozinhos de diferença entre ter um candidato comunista ou monárquico? Onde isto já vai...
Ao entrar no blogue de Pedro Namora (ainda?) deparamos com Álvaro Cunhal, Lenine e cinco heróis cubanos. Ficarão por lá até que regresse ao partido? E este recebê-lo-á de braços abertos?

P.S. – Não, não acho que o PC seja responsável, nem que deva pedir desculpas a quem quer que seja.

6 comments:

José de Sousa disse...

Que história fantástica! Não há que responsabilizar o PC, evidentemente, mas aqueles comentários ao post de Pedro Namora, vindos, maioritariamente, dos seus ex-camaradas, ou tornam este caso ainda mais absurdo ou levam-nos a uma suspeita. Uma hipótese que aclararia um pouco a razão de ser de tais comentários. Continuo...
Que alguém chame a atenção, de qualquer forma que seja, quando deixam de olhar para ele, ou, quando pode admitir que passarão a olhá-lo de esguelha (sentença da Casa Pia) e que isso aconteça depois de muitas atenções e afagos, será um caso pessoal que não contaria para nada. Mas que avancem uns quantos, não poucos, com comentários daquele teor, isso sim, parece levantar uma questão que é inquietante.
Será que Pedro Namora era tão querido, tão respeitado, tão considerado, etc. porque tinha havido aquele seu papel no Processo da Casa Pia? Nós vimos as reacções àquele festivo abate da direcção de então do PS. Naquele meio e em muito lado, de resto. Com a melhor das lamas, claro. Será que Pedro Namora tinha essa importância, não para o PC (nem me passa pela cabeça que, com essa personagem, tivesse instigado aquela possível cabala), mas para os camaradas do seu círculo, do seu sector, talvez muito maledicentes, talvez odiando cegamente o PS de então, como acontecerá com o de hoje e com o seu governo.
Se tal nos aparecer como provável, quanto daqui e o quê não poderíamos começar a discorrer ? Eu, por mim, paro aqui.
Quanto ao PPM a que, esse sim, poderíamos pedir contas, trata-se de uma coisa que nem merece ser tomada a sério. Ao seu lado, não nos tornemos nós também ridículos.

Joana Lopes disse...

Tens razão, Zé: os comentários são surreais!

Anónimo disse...

hummm, será que "o rei vai nu"? Era mais aliciante... ou não ;)

Anónimo disse...

A foice e o martelo encimados pela coroa. Afinal trata-se apenas de uma proposta de regresso à estrutura social medieval, como forma de ultrapassar a crise - digo eu. Tratar-se-ía da aplicação de um conceito caro às doutrinas de estratégia militar: a chamada retirada estratégica.

Contudo, no símbolo - os camponeses, as corporações e a nobreza - está em falta o padre. Em tempo de escassez de vocações, que a igreja vai procurando colmatar com o recurso ao laicismo, sugiro que seja convidado para integrar tão promissora aliança, o tal César das Neves. Estou certo que ele não irá recusar. - Vá lá ... não sejam sectários !

nelson anjos

septuagenário disse...

Viracasacas é com hifen ou sem?

Ex pc's ex MRPP's ex agnósticos...na realidade "já eramos"!

Mas será que ninguem está bem onde está?

Joana Lopes disse...

Já que pergunta: julgo que vira-casacas é com hífen, caro Septuagenário.
Todo o mundo é feita de mudança, pelos vistos...