25.4.09

«Do Interior da Revolução»













Maria Manuela Cruzeiro fala do seu novo livro que acaba de ser lançado.

Do Interior Da Revolução, Centro de Documentação 25 de Abril, Editora Âncora

As portas que Abril abriu















José Carlos Ary dos Santos, 1975








(Imagem: Nikias Skapinakis)

24.4.09

Retratos de Abril

«O tempo e o modo de uma revolução na visão de dois fotojornalistas» - Alfredo Cunha e Eduardo Gageiro



(Via Jonasnut , a quem agradeço que tenha disponibilizado o vídeo na Sapo)

Em dias de confusas comemorações













Estou com o Luís Novaes Tito, quando escreve a propósito da polémica em redor da promoção de Otelo:
«Não entro nessa discussão porque teria de discutir igualmente a reintegração de centenas de PIDES e as pensões que ainda hoje lhes são pagas, o que não causa qualquer comentário a quem tanto se escandaliza com Otelo. No entanto esses esbirros mataram e torturaram centenas de pessoas durante anos seguidos, muitas delas pelo simples crime de na altura dizerem o que nós hoje podemos dizer livremente.»
É bom que estas realidades estejam bem presentes, sobretudo quando cada um recorta a sua parte da história e quando parece que passou a valer tudo, mesmo o recurso a cenários formal e quase obscenamente inadequados para o espectáculo – como foi ontem o caso da emissão da «Quadratura do Círculo», com Grândola e Zeca Afonso em pano de fundo.

23.4.09

Querida blogosfera













O Der_terrorist brindou-me com um prémio, daqueles que dão direito a uma nova cadeia blogosférica.

Chama-se o dito prémio: «Este Blogue É Tão Bom Que Até Arrepia»

Agradeço ao J. Simões e dou seguimento, obedecendo a regras que, desta vez, são mais exigentes:

* Exibir a imagem do prémio
* Postar o link do blog que o premiou
* Indicar 10 blogs para fazerem parte do "este blog é tão bom que até arrepia" (vão ser só 5, ok?)
* Avisar os indicados
* Publicar as regras

Então aqui vai «a bola» para a Cristina, a Miss Allen, o Lutz, o Luís Novais Tito e o Pedro Correia.

(Isto seria bem mais fácil no Twitter: 5 RT e já estava!!! Complicada a blogosfera..)

Fiquem a brincar com os mortos
















Alguns santacombadenses vão festejar um conterrâneo no próximo Sábado. Um deles pede que o país «aprenda a viver com o passado, como nós fizemos com a ajuda da democracia».
É todo um tratado sobre memória histórica – ou sobre a sua negação – que esta frase contém. Aprender a viver com o passado é levá-lo a sério e colocá-lo no seu devido lugar, não é disfarçá-lo com festas popularuchas. Estivesse prevista para Sábado a inauguração de um «Museu Salazar», em Santa Comba Dão, sério, pedagógico, que servisse precisamente para se conhecer o passado «com a ajuda da democracia» e isso, sim, colocaria a terra no mapa e seria uma excelente maneira de festejar os trinta e cinco anos de liberdade. Com fanfarras e porco no espeto, até se arriscam a que o fantasma do velho por lá apareça a fustigá-los.

Nem todos os dias há boas notícias

Reabriu o Quase em português e o Lutz apareceu no Twitter.

22.4.09

«Aliança das Civilizações»

É mais ou menos isto que se pretende, não é?

Don Tapscott, o guru desconhecido?

Voltou a polémica em torno do Magalhães, a propósito de elogios que «um tal» guru canadiano terá feito em Lisboa. Pelo tom em que é referido nalguma imprensa, e num certo número de blogues que percorri agora, percebe-se que nem o nome Don Tapscott, nem o título da sua obra mais conhecida – Paradigm Shift: The New Promise of Information Technology – serão muito conhecidos por aqui. E, no entanto, não foram poucas as ondas que este livro provocou quando foi publicado – não há um século, mas em 1992 (tenho o meu exemplar usado, sublinhado, quase rasgado...)
Outras obras se seguiram, a mais importante das quais, em colaboração com Anthony Williams, Wikinomics: How Mass Collaboration Changes Everything (2006).
E, já em 2008, Grown Up Digital: How the Net Generation is Changing Your World. Vale a pena ler a entrevista que Jorge Nascimento Rodrigues fez ao autor após a publicação deste último livro, porque são nela levantadas muitas questões que têm precisamente a ver com a saga Magalhães.
J.N.R. -Você escreveu que essa geração de miúdos controla facilmente aspectos essenciais dessa revolução. Essa é uma "vantagem competitiva" incrível. É a primeira vez na história que isso acontece, não é? Será que os adultos, no poder, não terão imenso a recear da irrupção desses pequenos guardas-vermelhos da Web?
D.T. - De facto, pela primeira vez na História da Humanidade, as crianças têm mais conhecimentos, do que nós, sobre um aspecto - direi crucial - do desenvolvimento da nossa sociedade. Isto é bom para aqueles adultos que são capazes de aprender com os miúdos. Mas mete medo e gera receios à multidão de todos os outros. Pais e professores crêem que já não conseguem "proteger" os miúdos da pornografia ou da literatura que inflama ódio [mas não está ela ao virar da esquina?]... Há dois extremos, ambos conservadores, nesta discussão: um dos lados vê estas crianças como "vítimas coitadinhas" e o outro como perigosos guerrilheiros. Em que ficamos? Um cínico dirá: são as duas coisas. A meu ver, ambos são pontos de vista nocivos para a liberdade de expressão e os direitos da criança.»

Eu sei que Portugal é um país de poetas e de literatas, mas as TIC’s já por cá andam há umas décadas e vieram mesmo para ficar (TIC’s?...).

21.4.09

22/4 - Agenda (2)

A propósito do dia do mundial do livro, a 23 de Abril, a Associação Cultural Respigarte e a Livraria Trama quiseram colocar algumas questões àqueles que parecem ter com os livros uma relação que vai muito além do consumo. O livro, produzido e reproduzido em massa, continua a ser objecto de culto. Numa época em que as montras das livrarias se renovam diariamente, ao ritmo incessante das publicações, porque razão se procuram tanto alguns títulos esgotados?Cada livro é um edifício, uma construção no leitor. A cada nova leitura vai-se formando um bairro, com largas avenidas, becos estreitos, pontes, jardins. Como se arquitecta esta cidade invisível? Qual o percurso do leitor, de que modo passa de uma construção para outra e, acima de tudo, como se relaciona a nossa cidade com a cidade do leitor ao nosso lado. Queremos saber qual o ponto de encontro, que caminhos se usaram para chegar a Roma. Todos são possíveis, como se sabe. Serão convidados escritores, músicos, tradutores, editores, encenadores e, acima de tudo, LEITORES.

Diana Mascarenhas vai desenhar ao vivo o mapa da nossa cidade, o roteiro das nossas leituras.

Moderação – Rosa Azevedo
Convidados – Jorge Silva Melo, Pedro Vieira, Francisca Cortesão - Minta, Abel Barros Baptista, Jorge Fallorca, Luís Filipe Cristóvão, José Mário Silva

22/4, 21h30
Rua São Filipe Nery ou Neri (na verdade, ninguém sabe), Nº 25B 1250-225 Lisboa

23/4 - Agenda (1)

Vital e os outros

Ainda com parte da cabeça no Oriente e mais de 24 horas de aviões na pele, não me foi nada fácil seguir o P&C de ontem à noite. Mas deu para perceber que o Luís Januário o resumiu muito bem e que caracterizou perfeitamente a prestação de Vital Moreira:
«O candidato Vital Moreira vai perder cem mil votos de cada vez que aceitar um debate. Vital lembra agora um boneco animado em que até a indignação é em diferido.»
Por sorte, conseguiu dominar a rouquidão com que começou a intervir. Durante algum tempo, pairou a recordação de um debate eleitoral que Jerónimo de Sousa foi obrigado a abandonar totalmente afónico, mas a simpatia atávica não funcionou desta vez.

Haruki Murakami

Magnífico, o último livro de Haruki Murakami publicado em Portugal:
«A Sul da Fronteira, A Oeste do Sol» (*), título inspirado num tema de Nat King Cole. Absolutamente a não perder. Lido de um trago durante uma longa viagem de avião.



(*) Casa das Letras, Março de 2009, 242 p.

20.4.09

Quatro rodas para quê


















Por todo o Vietname...

Saigão - 4 milhões de motorizadas para 8 milhões de habitantes
Hanoi - mesma proporção: 3 para 6

Back home

















Mesmo antes de aterrar, os jornais asseguraram-me que o país continua estável e que tudo está portanto como deve ser: os professores anunciam novas manifestações, o cardeal volta a falar do preservativo («falível»? - claro que sim, infalível só mesmo o papa!) e há esta noite mais um P&C sobre «A Crise» (versão «Bruxelas à vista»).
Com toda a naturalidade. Ainda bem.