12.12.09

O mundo às avessas



















Que há gente muita rica em Angola não é novidade para ninguém e o último número da revista Visão não revela nada de absolutamente extraordinário sobre o poder de compra que a elite angolana exibe em Lisboa e em Luanda. Mas uma coisa é o conhecimento num plano genérico e outra, bem diferente, é a crueza dos casos concretos, que se cola a pele e não é fácil sacudir.

Ler que há quem venha propositadamente a Portugal para ir ao cabeleireiro, eventualmente tendo esperado dois dias para ter lugar em classe executiva (pelo qual pagou um excesso de 5.000 euros para uma curta viagem de sete horas), que há «homens de negócios atarefados» que passam 24 horas em Lisboa para consultas em clínicas de estética, onde são evidentemente tratados com todas as mordomias, que se compram facilmente relógios de 900.000 euros (sim, 180 mil contos) e casas de 6 milhões, provoca-me uma revolta e um nojo incomensuráveis.

Tudo isto é horrível sejam quais forem as circunstâncias, mas é bem mais grave quando se sabe que muito deste luxo é o resultado directo e descarado de corrupção, num país com uma insegurança inacreditável onde ainda se mata para roubar um telemóvel e onde se vai para a prisão por delito de opinião. E, sobretudo, quando mais de 60% da população vive abaixo de níveis médios de pobreza, mais de 1/3 terço na condição de deslocado, o índice de mortalidade infantil é dos mais elevados do mundo, mais de 100 mil pessoas são mutiladas de guerra, etc., etc., etc...

Estes meninos foram enganados:

PUB


O outro lado da crise


















Não é só nas bolsas e noutras grandes arenas financeiras que a dimensão da crise deve ser medida.

Se em tempo de vacas gordas as beldades são modelos ou vendem apartamentos, quando a crise aperta aceitam outros empregos: «the hotter the waitresses, the weaker the economy» e muito mal vão os ventos se decresce a venda de roupa interior masculina - Alan Greenspan dixit. Há mais jazigos à venda, viaja-se menos em business class, mas aumenta a compra de gravatas (para um melhor aspecto nas entrevistas de emprego?...) e a de batom porque é barato e alegra a alma (já foi assim em 1929).

Surgem mais vocações para polícias e soldados (necessidade oblige…) e sobem os lucros da McDonald's (80% em Espanha, em 2008).

Sobretudo, sonha-se mais: o portal match.com regista um número de visitas altíssimo, só comparável ao dos dias que se seguiram ao 11 de Setembro.

Assim vamos sobrevivendo…

(Fonte, via TSF no Facebook)

11.12.09

And the winner is...













Soube-se por volta do meio-dia que o Prémio Pessoa 2009 tinha sido atribuído a Manuel José Macário do Nascimento Clemente, bispo do Porto.

Oficialmente, «O Prémio Pessoa é um prémio concedido anualmente à pessoa de nacionalidade portuguesa que durante esse período - e na sequência de uma actividade anterior - tiver sido protagonista de uma intervenção particularmente relevante e inovadora na vida artística, literária ou científica do país.»

Ao anunciar a atribuição do prémio - uma iniciativa do Expresso que tem o apoio da CGD -, Francisco Balsemão leu o comunicado oficial do júri: «A sua intervenção cívica tem-se destacado por uma postura humanística de defesa do diálogo e da tolerância, de combate à exclusão e da intervenção social da Igreja. Ao mesmo tempo que leva a cabo a sua missão pastoral, D. Manuel Clemente desenvolve uma intensa actividade cultural de estudo e debate público. Em tempos difíceis como os que vivemos actualmente, D. Manuel Clemente é uma referência ética para a sociedade portuguesa no seu todo».

Polémica à vista? É talvez cedo para o saber. Mas não fui a única a reagir logo com perplexidade à aparente divergência entre os objectivos do Prémio e os argumentos expostos por Balsemão. A discussão surgiu imediatamente no Twitter e um post da M. João Pires no Jugular sobre este assunto tem já, no momento em que escrevo este, 89 comentários.

Claro que o júri é livre de escolher quem muito bem entender e de infringir ou não os princípios por si definidos. Mas nós podemos também interpretá-lo e interrogarmo-nos sobre o significado da decisão.

Teria Manuel Clemente sido escolhido se não fosse bispo? Claro que não. Houve uma vontade deliberada de distinguir um dos principais representantes da hierarquia da igreja católica portuguesa. Porquê? Isso não é explicado no comunicado…

Sabe-se que é sempre muito grande a projecção mediática de quem recebe este prémio, pelo menos durante o ano do seu «reinado». Ora, certamente por mero acaso, este abrange a vinda do papa a Portugal. Também por coincidências aleatórias da história, a nomeação acontece alguns dias antes da discussão na AR do casamento entre pessoas do mesmo sexo, a propósito do qual o bispo do Porto pensa que «é essencial assegurar um debate alargado» porque se trata de questões que «não podem ser resolvidas rapidamente», já que está em causa «a própria base da sociedade, que sempre existiu, a partir da família, da abertura à vida e à educação» - foi pelo menos o que disse, há cerca de duas semanas, nas Jornadas Parlamentares do PSD.

Mas isto sou eu a imaginar coisas, com a mania de complicar o que para outros é provavelmente muito simples…


P.S. – Claro que o presidente da República já veio dizer que tem «uma elevadíssima consideração» por ele, «um homem extraordinário, que tem ainda muito a dar a Portugal» e que a atribuição do prémio foi «de toda a justiça». Até a Caras já noticiou e a Associação Comercial do Porto define o bispo como «o protagonista de um novo Norte». Para o presidente da Conferência Episcopal, trata-se de um «testemunho inequívoco como é possível aliar a fé à razão», «no seguimento do trabalho que Bento XVI tem vindo a realizar» (?...). Ámen, então.

Notícias de Havana












Os velhos resistentes cubanos terão em breve «dias de um sossego absoluto, de uma tranquilidade quase monástica», com todo o tempo do mundo para longas caminhadas e para apanhar muito sol. Cansados e esquecidos pelos jovens que os ignoram e não os seguem, espera-os também o abandono por parte das polícias que os consideram já como uma espécie de «inimigos reformados» - polícias que, aliás, não terá mãos a medir para lidar com o número avassalador de bloggers e de twiteiros, de telemóvel na mão, que estão constantemente e por toda a parte, a escrever textos, a enviar mensagens ou a tirar fotografias. Jovens cultos que perderam o medo e que avançam com frontalidade, num país em que 60% da população tem menos de 50 anos.

Para os Castro e seus companheiros, será este provavelmente «o homem novo» com que terão agora de lidar.

Isto e muito mais, no novo jornal digital DIARIODECUBA.


Entretanto em Havana, anteontem (véspera do Dia Mundial dos Direitos do Homem), as «Damas de Blanco» saíram à rua para reclamarem a libertação de presos, mas foram interpeladas por dezenas de partidários de Fidel que as acusaram de serem «vendepatrias».

10.12.09

Já disse 50 vezes?


Digo mais uma: nunca vi nada de tão extraordinário com o Perito Moreno, em El Calafate.

A Patagónia não é tão longe assim e há que lá ir antes do degelo total... Não sem ter lido ou relido isto e isto, obviamente.


(Clique no pequeno rectângulo da barra para ver na totalidade do ecrã)



(Recebido hoje por mail)

Papá, papá!













«A última foi um pedido de intervenção "preventiva" do presidente da República para impedir as oposições de… votarem contra o Governo, já que isso poria em causa o "normal funcionamento das instituições".

A questão não é tanto a do voto, mas a de esse voto não ser, como nos gloriosos anos de maioria absoluta, um mero voto de vencido. Desses anos, o deputado guarda ainda a melancólica memória do que é a "normalidade" parlamentar. O Parlamento deve dizer sempre ámen ao Governo, e assim é que exercerá a função fiscalizadora que a Constituição lhe atribui.

Um Parlamento com vontade própria, que faz leis que o Governo executa em vez de se limitar a aprovar leis feitas pelo Governo, não é um Parlamento "normal". Por isso, é perfeitamente "normal" que seja chamado à pedra pelo presidente da República.»

Manuel António Pina, no JN, sobre o deputado do PS, Ricardo Rodrigues.

Cruzes canhoto (2)


















No extremo oposto, agora é um arcebispo espanhol que vem dizer que «Los cristianos no tenemos otra fortaleza más que la que viene del crucifijo, y que ha de ser nuestra pacífica armadura, la armadura de Dios mismo», pedindo aos fiéis «que sean "cruces luminosas, crucifijos vivientes"».

Nunca mais nos livramos desta saga! Estivéssemos na era dos Filipes (os nossos também, sim) e Carlos Osoro organizaria uma bela cruzada em TGV, com partida de Valencia e chegada a Bruxelles-Midi.

9.12.09

No aniversário da Declaração dos Direitos do Homem















A Declaração Universal dos Direitos do Homem foi assinada em 10 de Dezembro de 1948 - há 61 anos, portanto.

Entre múltiplas violações dramáticas dos referidos direitos em diversas partes do mundo, a Amnistia Internacional chama este ano de novo a atenção para a Birmânia, nomeadamente para a situação em que se encontra a líder da oposição Aung San Suu Kyi.

Trata-se de um país com uma história complexa, como o é a de todo o Sudoeste Asiático, recheada de conflitos com vizinhos e guerras com colonizadores. Os portugueses também por lá andaram, bem como os franceses, mas foi a colonização britânica que mais marcou - depois de duas guerras birmano-inglesas no século XIX e de vários episódios durante a II Guerra Mundial (onde teve já um papel determinante Aung San, pai de d'Aung San Suu Kyi), o país acabou por proclamar a independência em 1943. Em 1962, viu-se governado por uma primeira ditadura militar, com uma versão de socialismo que o levou rapidamente à pobreza.

1988 foi um ano decisivo, com grandes manifestações contra o regime, que resultaram numa promessa de eleições livres. Aung San Suu Kyi regressou ao país, fundou a «Liga nacional para a democracia» e obteve uma vitória estrondosa nas ditas eleições que acabaram por se realizar em 1990. Mas os militares recusaram a transferência do poder e mantiveram-na em residência fixa até 1995. Libertaram-na então mas durante pouco tempo já que, nos últimos vinte anos, «a senhora», como é carinhosamente tratada pelos seus conterrâneos, Prémio Nobel da Paz em 1991, esteve detida ou com restrições de movimentação durante catorze.

Presa pela última vez em Maio de 2007, está neste momento a cumprir um acréscimo de pena de residência fixa durante dezoito meses, havendo no entanto uma muito leve esperança de que seja liberta a tempo de participar na campanha para as eleições que terão lugar em 2010, mesmo que sem esperanças de vitória. (E mesmo que esta viesse a acontecer, Aung nunca poderia assumir a chefia do governo, já que uma alteração à Constituição estabelece agora que o cargo seja ocupado obrigatoriamente por um militar.)

Soube-se no passado dia 4 que o Supremo Tribunal da Birmânia decidiu ouvi-la no dia 21 deste mês (depois de, em Outubro, ter rejeitado fazê-lo), segundo se crê como consequência da pressão internacional. E teve ontem, 9 de Dezembro, o terceiro encontro, desde o início de Outubro, com membros da Junta Militar.

Repito o que já aqui foi dito: Acabam de ser lançadas várias petições online, como por exemplo esta e uma outra no Facebook, da Amnistia Internacional, que apela para a sua libertação bem como dos outros mais de 2.100 outros presos políticos em Myanmar. Não custa nada assinar e é o mínimo - e infelizmente também talvez o máximo – que podemos fazer.


Esta é a primeira de um post que acabo de publicar nos «Caminhos da Memória» – demasiado longo para o formato deste blogue.

E seremos felizes para sempre


É pró menino e prá menina
















Saiu há poucos dias em França um documentário do belga Patric Jean – «La domination masculine» –, que pretende demonstrar (uma vez mais…) como as sociedades continuam a ser patriarcais.

Um exemplo? No filme, mostra-se a um grupo de adultos um vídeo com um bebé de nove meses a chorar. À pergunta «Porque chora esta menina?», vem a reposta: «Ela está triste, sofre, precisa de ser consolada». Mas para «Porque chora este menino?», a história é outra: «Ele foi contrariado, quer alguma coisa, está furioso». As meninas são frágeis, podem estar tristes, os rapazes são coléricos e afirmam a personalidade.

Numa outra cena, parece que se discute a diferença entre brinquedos para rapazes e para raparigas.

Nem de propósito. Li isto precisamente ao chegar a casa, depois de uma investida frustrada para compras de Natal numa grande superfície e a verdade lá está nua e crua: o mundo cor-de-rosa de Nenucos, Barbies e Hello Kitty de um lado, os Gormiti, Spider-Men e Transformers do outro. E até o Lego passou a ser muito menos andrógino. Tudo muito mais sofisticado mas, no fundo, como há trinta anos.

Faz-se o quê? Contraria-se e dá-se só livros didácticos, globos terrestres e puzzles com paisagens? Com que efeitos práticos, para além da boa consciência, política e «feministamente» correcta?

O problema está bem a montante, mesmo ainda a léguas de distância, e é aí que tem de ser resolvido. Entretanto, «elas» safar-se-ão como nós nos safámos e pode ser que a ex-hipotética menina de nove meses venha a ter, aos 50, uma personalidade bem mais forte do que o ex-hipotético rapazinho que se transformará eventualmente num tristonho hipocondríaco a precisar de ser consolado…

Cruzes canhoto














O Senado belga começa a discutir amanhã uma proposta de um deputado socialista sobre a aplicação (muito) estrita da separação entre Igreja e Estado.

Está em causa, por exemplo, «a proibição generalizada, para qualquer agente ou entidade pública, de manifestar de qualquer modo as suas convicções religiosas e filosóficas, independentemente de estar ou não em contacto com o público».

Na mira, também, a tradição do Te Deum celebrado todos os anos no dia do aniversário do rei.

Last but not the least, «As partes comuns dos cemitérios deveriam também respeitar estritamente o princípio da neutralidade, o que se traduziria na interdição de colocar cruzes nessas partes comuns».

Não sei se a lei passará mas, a tomar à letra esta notícia tal como é veiculada por muitos jornais, parece no mínimo excessiva. De acordo quanto ao Te Deum, mas o tesoureiro da comuna de Rhode Saint Genèse não poderá participar na procissão organizada pela paróquia lá do sítio? O rei ficaria impedido de assistir ao baptizado dos netos? E não sei exactamente o que possam ser partes não-comuns nos cemitérios já que se trata de lugares públicos - talvez o interior dos jazigos ou dos caixões…

Enfim: fico com a vaga sensação de que um dos objectivos semi-escondidos é a proibição do véu islâmico nas escolas, temo que o feitiço se vire contra o feiticeiro e espero que não esteja prevista nenhuma visita do papa à Bélgica para os próximos tempos…

(Fonte)

8.12.09

Uma canção para Aung


Walk on, U2 (2001) - por ocasião do 10º aniversário da atribuição do Prémio Nobel da Paz a Aung San Suu Kyi.

Teremos Papa













Depois da divulgação do programa das festas, só ainda não percebi se Bento XVI cantará em Lisboa, em Fátima ou no Porto.

Mas já se sabe que Sócrates o visitará, e bem, na Nunciatura que é a casa «política do papa em Portugal, enquanto Cavaco começará por recebê-lo «com a família», em Belém. Mesmo admitindo o papel abstruso da «primeira-dama», que lhe dá provavelmente direito a estar presente, não é normal que um chefe de Estado esteja rodeado de filhos e netos para receber um outro. Adiante.

Foi dito também que se seguem quatro dias em que o papa «deverá ser acompanhado pelo Presidente da República». Mas desde quando é que um PR acompanha outro chefe de Estado em todas as suas actividades privadas, mesmo durante uma estadia oficial? Que o católico Aníbal Silva assista a todos os actos religiosos, nada contra (e, vá lá, na primeira fila…), mas nunca «o Presidente», certo?

Algumas notas soltas:
1 - Se Cavaco decidir recandidatar-se a Belém em 2010, esta visita vem mesmo a calhar: o bom povo crente registará o seu zelo piedoso e rezará umas avé-marias pela sua vitória contra o jacobinismo de um qualquer hipotético candidato da esquerda. Bingo.

2 - Esperemos que o casamento entre pessoas do mesmo sexo seja aprovado antes de Maio, ou serão movidos céus e terras para que Bento XVI dê um empurrãozinho em sentido contrário – o que ele fará certamente com prazer, perante um sorriso contido de Aníbal e Maria e o regozijo declarado de Césares das Neves e de Isildas Pegado.

3 - Em trânsito, ouvi ontem na TSF que o delegado oficial da Conferência Episcopal para a visita, Carlos Azevedo, dizer que esta será «uma passagem oportuna pela igreja portuguesa de Bento XVI, quando se cumprem 100 anos da República e 10 anos da beatificação dos pastorinhos». Por que razão é para aqui chamado o centenário da República? Vitimização à vista?

Enfim, grandes tempos esperam por nós. Procurarei estar o mais longe possível nesses dias – talvez no Butão, onde é medido o índice de Felicidade Nacional Bruta. Sempre me parece mais interessante.

Houve alguém aqui que se enganou?












7.12.09

Quando os anos se desfazem














Mário Soares nasceu há 85 anos. «Na minha idade os anos desfazem-se, não se fazem!», diz numa longa entrevista ao «i», em que fala do passado, das suas relações com o PCP e com Cunhal, do que pensa sobre as condições políticas actuais.

Pater familiae ou «máximo denominador comum entre a esquerda e a direita», quer se tenha concordado com ele muitas vezes, discordado ou não quase sempre, ninguém o apagará de vários volumes da nossa história recente, que mais não seja pelo indiscutível carisma que não se vislumbra, nem com muita boa vontade, em quem hoje ocupa várias funções que ele foi exercendo.

«O perigo da história única»


Vale a pena ouvir a magnifica exposição da escritora nigeriana Chimamanda Adichie sobre a sobreposição de histórias que compõe as nossas culturas.
(Opcionalmente, com legendas em português)



(Via Cláudia Santos Silva, por mail)

6.12.09

Um outro modo de consultar a Wikipedia















Clique na imagem e escolha depois a personagem que lhe interessar.

A Europa de Delors - «Há que voltar a sonhar»















O El País publica hoje uma extensa entrevista com Jacques Delors - agora com 84 anos e uma lucidez aparentemente sem falhas-, que merece ser lida na íntegra.

Optimista mas muito crítico, confessa que a UE ainda não conseguiu aquilo que ele esperou e em que se empenhou: «um espírito de autêntica cooperação, que permita maximizar a nossa vantagem competitiva».

A culpa é da China? «Nós não propomos nada. Para se propor algo tem de haver muito mais cooperação. Cada um está na sua. A Alemanha governa em Berlim, a França converteu-se na “Grande França”, o Reino Unido é cada vez mais anti-europeista». Há que produzir não só bombeiros mas também arquitectos e escolher entre «sobrevivência ou declínio», se se pretende que exista uma Europa entre os EUA e a China.

«Os surrealistas defendiam os “sonhos que o dinheiro não pode comprar”. Há que voltar a sonhar.»

Amanhã, em Copenhague


A mítica canção de Bob Dylan A Hard Rain's a-Gonna Fall será o hino não oficial da Conferência do Clima, que tem início na 2ª feira, 7 de Dezembro, em Copenhague.



I've stumbled on the side of twelve misty mountains,
I've walked and I've crawled on six crooked highways,
I've stepped in the middle of seven sad forests,
I've been out in front of a dozen dead oceans,
I've been ten thousand miles in the mouth of a graveyard