1.4.10

Manuel Alegre devia ter convocado um cerco ao Parlamento


Vasco Cardoso no Avante!:

«E se clara está a posição do actual Presidente sobre o PEC, não deixa também de ser necessário assinalar o posicionamento de outros que estão na “corrida a Belém”, designadamente o de Manuel Alegre (previsivelmente o candidato do partido do governo e do BE). O registo crítico com que numa fase inicial abordou o PEC, consciente do descontentamento que estas medidas provocam, acabou por ser secundado pelo seu compromisso de sempre com o PS quando procurou enterrar o assunto com uma esclarecedora frase: “há mais vida para além do PEC”.»

(Na foto, cerco à Assembleia Constituinte, em 12 de Novembro de 1975)
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3 comments:

Ana Cristina Leonardo disse...

o que eu espero mesmo é que haja vida para além do rapaz dos pregos e que eles não nos enterrem a todos

Aristes disse...

O problema é se, com cortes e mais cortes, haverá vida para além do PEC; se o PEC não é afinal uma reedição da estória do Cavalo do Espanhol.

Anónimo disse...

Como a Joana Lopes também identificou, como é tradicional, reconheço, aquela foto como sendo do «cerco à Constituinte» e a título de informação às pessoas de gerações mais novas informo que faz agora 10 anos escrevi um artigo sobre o assunto intitulado «A mentira mil vezes repetida» (que pode ser lido na íntegra aqui em http://tempodascerejas.blogspot.com/2007/03/mentira-mil-vezes-repetida.html).

Dese artigo, destaco a seguinte passagem, antes de concluir:

«(...)Não se trata obviamente de negar nem a inserção da manifestação na aguda confrontação social e política da época nem muito menos de ignorar que, na decorrência deste conflito entre trabalhadores e política do Governo, por efeito do radicalismo e da imponderação, quer o Primeiro-Ministro quer os deputados à Constituinte ficaram na prática impossibilitados de sair do Palácio de S. Bento, facto de que o PCP discordou (cf. comunicado de 13.11.75).

Mas esse facto real não pode transformar aquela concentração de trabalhadores nem num suposto “cerco à Constituinte” nem numa acção deliberadamente dirigida contra os trabalhos a que aquela Assembleia estava vinculada por mandato popular, ou seja elaborar uma Constituição para o Portugal libertado do fascismo.

E se não é assim, então que dêem um passo em frente todos os que, com recurso à ampliação das fotografias da concentração, forem capazes de provar que no mar de cartazes e panos, em vez de reivindicações socio-laborais ou de política geral, se encontra sim um oceano de invectivas contra a Assembleia Constituinte e de gritos de ódio contra a elaboração da Constituição.

Que dêem um passo em frente todos quantos forem capazes de contar (só inventando) quais foram então as tenebrosas reivindicações políticas que os manifestantes tenham dirigido aos deputados à Constituinte ou ao seu Presidente.»

Mais informo os leitores e a Joana Lopes que, em 10 anos, ninguém foi capaz de demonstrar a falsidade dos concretos argumentos e esclarecimentos que esse artigo contém, ou seja, ninguém deu o tal «passo em frente».

Fico à espera que isso aconteça agora.