28.6.10

À espera nem se sabe de quê


As recentes picardias entre Cavaco e Sócrates começam a ser insuportáveis e não auguram nada de previsivelmente bom para a tal cooperação estratégica, ainda cinicamente apregoada pelo primeiro, nem para a gestão da crise sem fim à vista.

Nem é concebível que o presidente ande por aí a apregoar, por montes e vales, que o país está numa situação insustentável que ele tão bem ajudou a criar, nem tem graça a alusão de Sócrates à falta de cultura de Cavaco (olha quem fala…), dizendo e repetindo que aprecia presidentes que gostem de Camões, numa subliminar alusão aos «onze» cantos dos Lusíadas, uma vez referidos pelo inquilino de Belém.

Num braço de ferro entre optimismos e pessimismos, valha-nos o humor de Manuel António Pina e de Woody Wallen:

«Talvez um pessimista como Cavaco seja um optimista bem informado, sobretudo se sabe do que fala pois, não tão "há bastante tempo" como isso, contribuiu activamente para a "situação insustentável". E um optimista como Sócrates? Será só um pessimista mal informado? Ou alguém como aquele personagem de Woody Allen que, mesmo quando tudo se desmorona à sua volta, e até os Giants perderam o "Super Bowl", ainda encontra por que alegrar-se: "Ao menos não tem chovido..."?»
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