25.6.10

Só para eu perceber: trata-se de um candidato a…?


Em entrevista a Mário Crespo, ontem na SIC N, Fernando Nobre disse que não tem sentido perguntarem-lhe se é de esquerda ou de direita, porque ele também não faz essa pergunta aos seus doentes.
...

13 comments:

Porfirio Silva disse...

Que tonto, o senhor. Por este andar ainda acabo a votar Manuel Alegre, ah ah ah ...

Ricardo Alves disse...

Então também não faz sentido eu votar nele... ;)

Pinto de Sá disse...

Deu-lhe a andropausa! Está cansado de ser médico sem fronteiras e anda em busca de um sentido para a vida - tenhamos piedade!... :-)

Manuel Vilarinho Pires disse...

É, obviamente, de esquerda, basta perguntar-lhe o que pensa do salário mínimo...
E obviamente que não se diz de esquerda para não afugentar eleitores de direita que possam ponderar votar nele.
Quanto às pessoas que fazem depender o seu voto do facto de ele se dizer "de esquerda" ou "de direita", têm mesmo a certeza que é esse o seu factor de decisão?!?!?!

Ricardo Alves disse...

O factor de decisão é ele dizer que essa distinção («esquerda»/«direita») não é relevante.

Manuel Vilarinho Pires disse...

OK!
Factor que me deixa de fora da possibilidade de alguma vez ter o seu voto numa eleição para PR, pelo que vou seriamente ponderar a hipótese de nunca me vir a candidatar...
É que tendo preferências económicas marcadamente liberais e preferências no domínio das liberdades civis igualmente liberais, não me revejo nem na esquerda, que é quase sempre pelo autoritarismo na economia, nem na direita, que é geralmente pelo autoritarismo no domínio das liberdades civis...

Joana Lopes disse...

Eu estou de acordo com o Ricardo, Manel, embora lamente que isso seja impeditivo para que venhas a candidatar-te a PR :-)

E também não acho que FN seja «obviamente» de esquerda, porque defende salário mínimo mais alto (o dr. Portas também o faz). Para que fosse «óbvio», seria necessário que tivesse dito o que pensa sobre uma série de temas (se é que pensa sobre eles...).

Manuel Vilarinho Pires disse...

Bom, Joana, já agora peço a tua ajuda, não vá o diabo (hesitei em escrever com maiúscula, como teria escrito Deus, e espero que não haja ninguém da seita do Saramago a reparar e a apontar-me a beatice...) tecê-las...
Já tens provavelmente uma razoável noção da forma como penso e dos meus valores... se um dia me candidatasse, o que me sugeres que respondesse à pergunta sobre se era um homem de esquerda ou de direita, ou se a minha candidatura era de esquerda ou de direita?

Creio, mas posso estar enganado, que o Dr. Portas (o Paulo, claro...) não defende o aumento do salário mínimo... defende sim o aumento das pensões contributivas mínimas, o que é diferente, tanto nas consequências económicas, como no domínio da justiça social...

Joana Lopes disse...

Centro-direita, talvez. Como o dr. Cavaco, mas por razões absolutamente opostas.

Manuel Vilarinho Pires disse...

Centro-direita...

Então, defender a liberalização total do aborto, do casamento entre qualquer número de pessoas de qualquer sexo (desde que todas elas estejam de acordo), do consumo e do tráfego de drogas, da prostituição (desde que os envolvidos estejam de acordo), da eutanásia ou do suicídio medicamente assistido, do culto de qualquer religião (desde que todos os envolvidos estejam de acordo), ou seja, causas que respeitam a liberdade de cada indivíduo fazer tudo o que deseja desde que não prejudique terceiros, são causas de centro-direita?

Francamente, cheira-me que não...

Mas se forem, não tenho nenhum problema em declarar-me de centro direita, desde que com isso não leve ao engano os que considerariam que eu, por ser de centro-direita, deveria vetar leis como a do casamento entre pessoas do mesmo sexo, como consideraram relativamente ao actual PR.

Joana Lopes disse...

Aiiii... Eu disse centro-direita pelas tuas posições em termos económico-sociais,. Mas estive para dizer centro-esquerda, se queres saber... A fronteira é muito ténue.

Storm disse...

1. A resposta de FN é estranhíssima. Por que carga de água faria ele uma tal pergunta aos seus doentes e não, sei lá, aos seus colaboradores ou às suas empregadas domésticas antes de as contratar?
2. Manuel,
Casamento entre qualquer número de pessoas de qualquer sexo é algo defensável em teoria. Na prática, abria-se a porta a casamentos poligâmicos, de uma pessoa que trabalha e desconta para a segurança social com 2, 3 ou mais pessoas domésticas a beneficiarem do estatuto de "cônjuge". Seria uma óptima via para assassinar com rapidez o Estado Social.

Manuel Vilarinho Pires disse...

Caro(a?) Storm,

Se um trabalhador que faz descontos para a Seguraça Social com um agregado familiar grande for considerado uma ameaça ao estado social, então teria sentido expulsar do sistema os trabalhadores que, apesar das inúmeras barreiras sociais, económicas e mesmo fiscais, têm muitos filhos... assim uma coisa do tipo da China do Mao (e do Dr. Durão Barroso...).

Por outro lado, se analisar a coisa no domínio meramente aritmético, um agregado familiar poligâmico "gay" diicilmente atingirá uma dimensão superior a um agregado familiar comum com um casal monogâmico heterosexual e vários filhos... o estado social está salvo! :-)