29.12.10

Quando a China desceu ao inferno


Mais um excelente texto de Francisca Gorjão Henriques, no P2 do Público de ontem.

«O regime chinês chama-lhe ainda um desastre natural. O historiador britânico Frank Dikottër assegura que foi um dos maiores assassínios em massa da história da humanidade. O Grande Salto em Frente fez em quatro anos pelo menos 45 milhões de mortos, diz. E só teve um protagonista: Mao Tsetung.

É preciso ir buscar os episódios mais negros da história do século XX para haver possíveis comparações com o que aconteceu na China entre 1958 e 1962: o gulag de Estaline, o holocausto de Hitler, o genocídio de Pol Pot.

O balanço das vítimas de toda a Segunda Guerra Mundial é de 60 milhões. O regime de Mao Tsetung foi rápido e em menos tempo matou à fome, por tortura ou homicídio, 45 milhões; foi como o genocídio do Khmer Vermelho multiplicado por 20, defende Dikottër.

Mas ao contrário dos outros episódios, as verdadeiras dimensões do Grande Salto em Frente continuam a ser muito pouco conhecidas, escreve o historiador. O livro Mao"s Great Famine - The history of China"s most devastating catastrophe 1958-1962 (A Grande Fome de Mao - história da catástrofe mais devastadora da China), publicado em Setembro pela Walker & Company, é ilucidativo. Durante aqueles anos, "a China desceu ao inferno".

A abrir, a frase do "Grande Timoneiro": "A revolução não é um jantar de convívio."«

Na íntegra aqui.

...
...

1 comments:

Anónimo disse...

...agora é que a China capitalista está em progresso...como se faz história omitindo coisas...e "viva" a exploração dos actuais operários chineses...

Rui Mateus