7.2.11

Sexismo versão eurolândia


Sempre ouvi citar Nicolas Boileau que, no século XVII, terá escrito: «ce qui se conçoit bien s'énonce clairement, et les mots pour le dire arrivent aisément».

Com a maldade que lhes é característica quando de flamengos se trata, os belgas de expressão francesa usam desde há muito uma versão caseira: «Ce qui se conçoit bien mal s'énonce clairement lourdement, et les mots pour le dire arrivent aisément en flamand».

E eu, hoje, corto «flamand» e ponho «allemand» (com pedidos de desculpa à minha avozinha que deus tem e que não é para aqui chamada).

Tudo isto porque um senhor, que dá pelo nome de Josef Ackermann e que manda no Deutsche Bank (ou seja, também um pouco em todos nós), afirmou que será bom ter mais mulheres na direcção do dito banco para que esta fique «mais colorida e mais bonita». Para defender o chefe da polémica gerada, o chefe do departamento de comunicações veio já explicar que a frase foi tirada do contexto e que Mr. Ackermann é um gentlemen da «velha escola».

Mais velha do que ele sou eu e coro de vergonha por estarmos entregues a gente deste calibre.

(Fonte)
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1 comments:

Helena Araújo disse...

A sociedade alemã é um bocado assim: nesse banco, por exemplo, quase metade dos funcionários são mulheres, mas nas posições de chefia só 16% são mulheres.

Eu ri-me foi com as reacções: uma deputada da CSU disse que se ele gosta de ter mais cor havia de ir passear para um prado florido ou um museu; outra sugeriu que comprasse uns quadros para o escritório. E a Jette Joop perguntou porque será que ele festejou o seu 60º aniversário na Chancelaria, com a Angela Merkel. (isto foi um pequeno escândalozito, há tempos)