14.3.11

Por aqui, camisa é camisa e sapato é sapato


As antigas capitais deste país já ficaram para trás, fui entretanto descendo em latitude e subindo em altura. Estou neste momento a cerca de 2.000 metros, num hotel que já foi uma grande fábrica de chá, rodeado por uma paisagem linda de morrer.

Chá foi, aliás, o que mais vi nos últimos dois dias, em socalcos que parecem desenhados a compasso e, por vezes, de acesso quase inimaginável, entre árvores gigantescas de todos os tons de verde do universo.

Se as cidades nada têm de especial em termos urbanísticos, tudo o que as rodeia é magnífico - floresta, flores ou quedas de água.

Pelo caminho, andei também por uma sementeira de especiarias (ou não tivessem sido elas a atraírem tanto os nossos antepassados…), das mais variadas espécies e aplicações, desde condimentos para culinária até unguentos para todas as partes do corpo e do espírito.

E a propósito dos tais antepassados, foi por eles que os habitantes desta ilha ficaram a saber o que era pão e o que era vinho e a influência da língua veio para ficar: ainda hoje, camisa é camisa e sapato é sapato…

Quanto à ditosa pátria, deixei-a há menos de uma semana e sinto que certas realidades estão já a escapar-me. Parece que há mais PECs e que desta vez é que ninguém os quer, devo ter percebido mal uma notícia, lida de raspão, onde se dizia que Sócrates vai baixar o IVA do golfe para 6% e, ao entrar em certos blogues, só me vem à cabeça um velho dichote da minha mãe: «Deu a louca na farinha Amparo!». Mas o mal deve estar em mim, tudo voltará certamente ao sítio quando eu regressar – só daqui a muuuitos dias…


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2 comments:

São disse...

Olá!Pois do outro lado do mundo aqui estamos a dizer que estamos na boa. Caipirinhas, sol, praia e samba.Isto é o que a malta quer.Quanto ao PEC e à crise, a multidão que havia no aeroporto da Portela provou que ou a crise não existe ou o pessoal está todo a emigrar.Beijos nossos

Joana Lopes disse...

Nós por cá também muito bem, vamos amanhã para a praia...