3.5.11

Austeridade: alternativas?


O Guardian publicou há dois dias um importante texto que merece ser lido na íntegra: Austerity? There is an alternative – a new project for Europe's left. A miséria e a injustiça da deriva austeritária serão uma fatalidade?

«A Europa está numa encruzilhada. As sucessivas vagas de austeridade fiscal têm sido impostas pelas elites europeias e nacionais aos povos da Grécia, da Irlanda e de Portugal, com a Espanha, a Grã-Bretanha e a Itália em fila de espera. Esses programas, quase sem precedentes em termos de gravidade, foram mal debatidos, sem terem em conta opções políticas alternativas ou razões da natureza da crise. Governos, burocratas e especialistas, de competência duvidosa, limitaram-se a declarar simplesmente que "não havia alternativa" e a mandar o público tomar medicamentos. (…)

Dizem-nos que há que escolher entre a partilha das nossas riquezas comuns para vivermos dignamente como seres humanos e mantermos uma política fiscal sólida. É uma coisa ou outra e, assim sendo, o bom senso dita que prevaleça a segunda. (…)

Diz-se aos europeus que, se as medidas catastróficas de austeridade não forem adoptadas imediatamente, e executadas com disciplina marcial, os salários não serão pagos, a poupança será perdida, o mundo chegará ao fim (…)

A postura paternalista das elites governantes não consegue encobrir que a luta contra a austeridade neoliberal é também a luta pela democracia. Além disso, é uma luta contra o enorme défice democrático da UE e pela criação de uma Europa dos povos. (…)

A partir dos conflitos recentes, a esquerda europeia pode ter esperança de ver surgir, como uma rejeição histórica do consenso neoliberal fracturante, novas formas de socialismo que possam ir ao encontro das necessidades das pessoas e das suas exigências de justiça social. (…)

Como contribuição para as tentativas de abordar este problema, o esforço de colaboração internacional feito por Crisisjam, Greek Left Review, New Left Project, ZNet e Irish Left Review pretende contribuir para reunir e disseminar as visões emergentes do movimento da esquerda radical. Temo-nos empenhado em trabalhar com todas as formas de opinião de esquerda possíveis, para apresentarmos e promovermos notícias, opiniões e comentários que expliquem e avancem estratégias, teorias e campanhas alternativas.»
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1 comments:

Diogo disse...

A grande fraude é o papel desempenhado pelo BCE em toda esta questão.

Thomas Edison: "Se a nossa nação pode emitir uma obrigação de um dólar, também pode emitir uma nota de um dólar. O que torna a obrigação válida, também torna a nota válida. A diferença entre a obrigação e a nota é que a obrigação permite ao corretor arrecadar o dobro do valor da obrigação mais 20%, enquanto a nota não dá dinheiro a ganhar a ninguém excepto àqueles que contribuem de alguma forma útil para a sociedade. É absurdo afirmar que o nosso país pode emitir 30 milhões de obrigações e não pode emitir 30 milhões de notas. Ambas são promessas de pagamento, mas uma engorda os usurários e a outra ajuda as pessoas."