2.7.11

Mulheres de Atenas

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Até tu, Miguel Sousa Tavares


... ou o rei vai nu, já que se generaliza a evidência, pura e crua, dos factos! E contra factos vão faltando (outros) argumentos.

«Não consigo deixar de me interrogar como é que as ideias que conduziram o mundo à crise sem precedentes que vivemos servirão também para o tirar dela. Olho para as imagens da revolta popular em Atenas e pergunto-me se estará certa uma política económica que conduz um povo ao desespero e o condena à recessão e ao desemprego porque, antes de tudo mais, é preciso garantir que os seus credores serão pagos. (…)

Quem manda não aprendeu nada com a crise: acham que entregando a guarda do tesouro ao ladrão ele fica seguro. Esperemos bem que ainda haja milagres!»

Expresso, 2/7/2011, p.7.
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Em 2:15

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A nova caverna em terra de Platão


Os gregos em fuga no metro da Praça Syntagma, perseguidos por gases lacrimogéneos criminosos, trazem à memória o velho mito descrito pelo filósofo de Atenas. Na antiga alegoria, um escravo consegue sair da caverna e ver o mundo real. Mas, se decidisse regressar à gruta para explicar aos outros que as sombras que viam não eram a realidade, estes recusariam acreditar e ameaçá-lo-iam de morte.

As soluções impostas para a actual crise grega são tão paradoxais que ninguém quer verdadeiramente encará-las. Mas quem as decide, e as aceita, contenta-se com a visão das sombras. Até um dia.

(A partir daqui.)
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1.7.11

Mikis

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E o mais classico dos clássicos:


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13º mês? Em 1983, foi assim


Desde que o novíssimo PM anunciou ontem o corte no subsídio do 13º mês (ainda a perceber, a concretizar, a entranhar…), os comentadores ressuscitam a situação paralela vivida em 1983, como se a mesma tivesse sido acolhida pacificamente e com aplausos para a missão salvífica e bem sucedida da dupla Mário Soares – Mota Pinto.

Não foi o caso: falou-se de «roubo», houve mobilização a nível do país, numa «jornada nacional de protesto e de luta» (em 17 de Novembro), uma greve de duas horas, assembleias e concentrações. Segundo números da CGTP, mais de um milhão de trabalhadores poderá ter estado envolvido.

(Clicar na imagem para ler a notícia no Diário de Lisboa.)
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A capa do dia

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O poker europeu



Quando vi a alegria com que Merkel anunciou a «vitória» do novo pacote de austeridade no parlamento grego, não pensei em poker, como Ferreira Fernandes, mas em pura manifestação de perversidade. Julgo que até a vi esfregar as mãos de contente e não esquecerei tão cedo aquele sorriso - mais ou menos vampírico.

«O póquer, não sei se repararam, começou por se apresentar em torneios de madrugada nos canais por cabo e agora já abre telejornais às 8 da noite. Um patrão da União Europeia com ar de "all in", isto é, aposto tudo porque tenho quatro ases, diz que "a Grécia tem de ceder porque não tem plano B". Os deputados gregos, embora suspeitando que o homem estava a fazer bluff, ensaiaram uma votação que poderia levar à ruína qualquer viciado: seguiram o conselho do cara de póquer mas tão à tangente que também podiam não ter seguido. Enfim, desta vez ninguém foi expulso da mesa, a jogatina tem para mais uns meses. Angela Merkel, com cara de quem gosta mais das máquinas de slot, ficou eufórica como se lhe tivessem saído três cerejas alinhadas. Entretanto, nas ruas de Atenas, as jogadas (estas sendo mais de lerpa) continuaram com pontapés no tampo e as cartas deitadas ao ar... A Europa está assim, vivendo o que já está escrito, num provérbio, como definição de jogo: "Numa aposta há sempre um tolo e um ladrão." Mas é tão emocionante, não é? Não é.»
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Armas químicas, no berço da democracia

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Este é um testemunho, entre outros que encontrei:



«O que se passou em Atenas neste últimos dois dias foi uma guerra. (…) O gás usado pela polícia é uma arma química e, pelo Tratado de Genebra, nem sequer é autorizado em tempos de guerra. Usá-lo é um crime de guerra.»

«Já não temos democracia, tememos perder agora também a liberdade.»

(Via Spain Uncut no Facebook)

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30.6.11

Rebobinando 48 horas


Antes de deixar Oslo, e apesar de uma chuva bem desagradável para o efeito, não podia falhar uma passagem pelo Parque Vigeland. Numa área de 320.000 m2, podem – e devem – ser vistas mais de 200 magníficas esculturas, em bronze e em granito, do escultor norueguês Gustav Vigeland.

Ça vaut le détour, como se diz nos guias Michelin.

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São jovens e têm medo - lá como cá


A ler, no Libération, um conjunto de testemunhos de jovens que ontem manifestaram nas ruas de Atenas. O que as televisões não nos mostram.

O que estes testemunhos têm de extraordinário é, precisamente, não o serem. Foram ouvidos em Atenas, como poderiam sê-lo em Madrid, em Lisboa ou também - já ou muito em breve -, em muitas outras cidades europeias. É esse o drama: a banalidade do que nunca poderia ser banal, a generalização daquilo que, no máximo, deveria ser absolutamente excepcional.

«O povo já está falido.»

«Não sabemos para onde vamos, temos medo do futuro.»

«Penso que o sistema capitalista é perverso.»

«A juventude grega está a perder todas as esperanças, já não tem futuro.»
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Ou a PIDE ou a democracia- um texto de Iva Delgado


Publicado hoje na página do Facebook de Humberto Delgado, a propósito do julgamento relacionado com a peça «A Filha Rebelde».

«Trata-se de ofensa ao bom nome de Silva Pais? De o acusar de um crime que não cometeu? De o enredar em teias de suspeição não provadas? De um simples mal-entendido sobre um cidadão como outro qualquer? Estas questões estão a ser levantadas hoje, num tribunal em Lisboa, como se Fernando Silva Pais tivesse sido um pacato major de um pacato Portugal sob o remanso governativo de Oliveira Salazar.

Os ofendidos, um sobrinho e uma sobrinha de Fernando Silva Pais, invocam o direito à reparação da memória deste e pedem justiça na forma de indemnização monetária. A acusação visa concretamente a peça de teatro "A Filha Rebelde" de Margarida Fonseca Santos, baseada na obra homónima dos jornalistas José Pedro Castanheira e Valdemar Cruz. A peça, segundo a acusação, pode levar o espectador a concluir que Silva Pais foi o mandante do assassinato de Humberto Delgado.

Está em causa a cadeia de responsabilização em regimes ditatoriais. No julgamento dos nazis em Nuremberga, a questão era a de saber se quem se "limitava" a cumprir ordens superiores podia ser desresponsabilizado. A Justiça e a História concluíram que não podia. Mas no caso português, curiosamente, a questão é colocada ao contrário: não se pergunta se Silva Pais responde historicamente pelas ordens recebidas de Salazar, mas sim se responde pelos actos cometidos pelos seus subordinados. Por muito absurdo que possa parecer, é mesmo isso que está hoje em causa.

É confrangedor ver a inversão de valores em relação ao papel dos tribunais na era democrática. Se todos os descendentes de figuras históricas do Estado Novo se aproveitassem da legislação democrática para processar por difamação os autores de livros de história, biografias, ensaios, peças jornalísticas, obras de ficção, peças de teatro, séries televisivas, filmes, etc., teríamos uma paralisação intelectual, artística, histórica e cultural jamais vista. Seria a censura absoluta e total. Pior ainda, os autores praticariam a auto-censura.

O julgamento da história e a memória colectiva seriam abandonadas a si mesmos, à deriva por labirintos da memória individual, por trilhos ínvios do esquecimento, por deturpações oportunísticas.

Alguém pode defender que o Estado Salazarista não era um Estado fortemente hierarquizado? Alguém de boa vontade pode afirmar que qualquer agente do Estado podia agir por conta própria sem informar o seu superior hierárquico? Alguém pode defender que um caso tão notório como o caso Humberto Delgado estaria consignado ao âmbito de subalternos? É não ter noção mínima do que foi o salazarismo.

Qualquer pessoa minimamente informada sabe que o diretor da PIDE despachava diretamente com Salazar. Ora Salazar escolhia a dedo os seus homens, deles dependia a eficácia do poder, deles dependiam a execução das suas ordens e o cumprimento adequado da sua política.

Querer defender o "bom nome" de seu tio e ao mesmo tempo pretender desresponsabilizá-lo é um contra-senso, para não dizer um mau serviço prestado à "memória" desse alto responsável do Estado Novo. É impensável alhear o major Silva Pais dos actos cometidos pela sua polícia política. Esse papel tem uma configuração histórica própria. Assumi-lo tem mais "dignidade" que a menorização patética, por via pseudo-sentimental, de um parente falecido.

Quem se interessar por este caso e concordar ou discordar com o acima escrito pode dar a sua opinião, divulgar ou simplesmente aderir.»


Iva Delgado
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«A democracia nasceu em Atenas quando Solon perdoou as dívidas dos pobres»


Quem o recorda é Mikis Théodorakis, num belíssimo texto de que falarei mais tarde.

Quanto à batalha de ontem em Atenas, nem vale a pena mostrar imagens, já que elas alimentaram, largamente, televisões e jornais – o sangue vende.

Para já (hoje regressarei inevitavelmente ao tema), apenas uma chamada de atenção para um severo comunicado da Amnistia Internacional, que denuncia a desproporção dos meios utilizados pela polícia.

Com dedicatória para os que falam da barbárie dos gregos e se regozijam por nós, os portugueses, sermos mais mansos do que a nossa tia.

(Reminder: Solon aboliu a escravidão por dívidas e modificou o código de leis de Drácon, que já não era seguido por causa de sua excessiva severidade.)
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29.6.11

E será que Jesus tem um iPad para ler o tweet?

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Ler aqui.

(Via Mª João Pires no Facebook)
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O Bloco e o futuro


No suplemento P2 do Público de hoje, Fernando Rosas divulga um importante texto que aqui fica para quem não tenha tido oportunidade de o ler. Habituei-me a estar especialmente atenta a esta voz, «de topo», de certo modo a única que não tem andado envolvida nas tristes guerrilhas pós-eleitorais, que têm vindo a público durante as últimas semanas. (Os realces são meus.)

«Durante o passado fim de semana, alguns dos colunistas do costume voltaram a anunciar pela undécima vez o fim à vista do Bloco de Esquerda (BE). Desta feita, a debater-se com uma cavada e terminal dissidência interna potenciada pelos resultados das últimas eleições. Alguém terá de explicar a tais sábios que reincidem no erro ao confundir os seus desejos com a realidade, ou, para dizer as coisas como elas são, ao persistir em manipulá-la à luz de um velho e arreigado preconceito ideológico. Talvez por isso, resolvi desviar o nariz por umas horas dos trabalhos e teses dos meus alunos e aceitar o desafio do Público para escrever de minha justiça acerca do BE. Aí vai.


No trilho da esquerda grande

Glosou-se por aí, nestes dias de balanço pós-eleitoral, que, resolvidas as “causas fracturantes”, chegava agora ao fim o papel e a razão de ser do BE, nascido afinal como uma espécie de grupo urbano pró-modernização dos costumes. A afirmação merece atenção porque é duplamente falsa: não só as “causas fracturantes” se não esgotaram, como o Bloco aparece na sociedade portuguesa por razões políticas e ideológicas de fundo e que em muito transcendem essa visão diletante e falaciosa com que a direita e certas áreas do PS sempre o gostaram de identificar, em jeito de quem reduz e esconjura o perigo iminente.

Um perigo real para essa gente, é preciso dizê-lo. Porque o BE procurou e procura responder ao que era um vazio óbvio e essencial na esquerda: recriar o espaço político e ideológico dos muitos que se não reconhecem nem na rendição do PS à “terceira via”, ao blairismo e ao neoliberalismo, nem na ortodoxia de um PCP que ainda não matou o pai, que continua a identificar-se com os paradigmas da ex-URSS e a chamar de “irmãos” os partidos e regimes da China ou da Coreia do Norte.

Preencher esse espaço significa recriá-lo política e ideologicamente a todos os níveis: o BE surgiu neste contexto como o contrário do “partidão” vanguardista e manipulador, como um partido-movimento unindo várias esquerdas da esquerda à esquerda da rendição do PS e buscando pontes para se entender das formas mais variadas com todo o tipo de forças políticas, sociais, culturais, sindicais, etc… que se movimentam nesta área; o BE lá está na primeira linha das lutas do mundo do trabalho, mas quer ir além: pretende apoiar e dar voz, sem controleirismos absurdos, aos sectores populares emergentes na margem das organizações partidárias e sindicais tradicionais: os desempregados, os precários, os imigrantes, os movimentos de mulheres e de jovens, as minorias sexuais; o BE teve, e terá, neste quadro, uma intervenção decisiva para introduzir alterações históricas no regime dos direitos de cidadania: a legalização do aborto e dos casamentos gay, a criminalização da violência doméstica e o mais que está para vir.

Mas bem se compreende que o seu propósito vai muito para além deste item, aliás muito importante. Trata-se de criar, no sentido rigoroso do termo, um novo campo (político, social, cultural, económico) à esquerda, uma Esquerda Grande, combativa, moderna, plural que possa suportar social, política e ideologicamente uma mudança histórica: constituir-se como alternativa de governo ao monopólio da oligarquia rotativa que, do “centrão” à direita populista, tem gerido o país praticamente desde 1976. É o carácter radicalmente transformador deste projecto de renovação à esquerda que fez do BE a principal novidade da vida política doméstica no último decénio do século XX.

E, para falar verdade, é a importância estratégica deste projecto que lhe permitiu, apesar da gravidade do tsunami eleitoral, firmar-se como um partido com cerca de 250 mil votos e um grupo parlamentar de 8 deputados distribuídos pelo Porto, Aveiro, Lisboa, Setúbal e Faro. Os resultados da derrota eleitoral do BE excitaram de tal maneira as cassandras da extinção iminente que nem os souberam ler no que eles, apesar do revés, revelam: um Bloco que, com “causas fracturantes”, sem dúvida, mas muito para além delas, veio para ficar. Que criou a sua base social e política própria e traz consigo a tarefa, sobre todas subversiva, de contribuir para que a Esquerda Grande, popular, plural e socialista, unida em torno de uma plataforma de luta comum, chegue ao poder.

Dito isto, melhor se compreenderá a essencial inanidade das pressões que tentam, mais ou menos explicitamente, transformar o BE seja numa espécie de penduricalho radical de um PS rendido ao FMI (uma reprodução à esquerda da relação apendicular do CDS com o PSD), seja numa segunda versão dos Verdes relativamente ao PCP. Mesmo com o risco de desiludir os apóstolos do juízo final, sempre direi que tais posições não gozam de qualquer apoio significativo nas fileiras do BE. Pela simples razão de que para fazer isso não valeria a pena a aventura do Bloco. O original é sempre mais fiel do que a cópia.


Privatize-se


«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.»

José Saramago - Cadernos de Lanzarote
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Amanhã – a não perder

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O que fazer com esta dívida? O que é a auditoria e como se faz

Debate no CES Lisboa 5ªa feira, 30 de Junho (Centro de Informação Urbana de Lisboa, Picoas Plaza, Rua do Viriato 13, Lisboa).

10h00 | Abertura : Boaventura de Sousa Santos
10h30 – 11h30 | Éric Toussaint : O que é a auditoria da dívida e como se faz?
12h00 – 13h00 | Debate
14h30 – 16h00 | Intervenções de Eugénia Pires, José Gusmão, José Reis, Manuela Silva e Octávio Teixeira.
16h30 – 17h30 | Debate e encerramento por Éric Toussaint

Mais informação AQUI..

27.6.11

Regresso ao Kon-Tiki


Voltei hoje ao Museu de Kon-Tiki, onde já estivera há cerca de doze anos, e não me arrependi. Relembrar as epopeias de Thor Heyerdahl, rever os barcos, as fotografias das diversas expedições e dos seus preparativos, os objectos e os mapas reconcilia qualquer um com a humanidade!

Como é sabido, em 1947, o mundo acompanhou a viagem de TH e de cinco outros tripulantes (quem não se lembra do livro…) que, durante 101 dias, percorreram o Pacífico, do Peru à Polinésia, numa inimaginavelmente frágil jangada de junco totora – o Kon-Tiki (fotos 1 e 2). Pretenderam demonstrar a possibilidade de os antigos sul-americanos terem feito o mesmo percurso, com os barcos de que então dispunham.

Em 1970, TH embarcou numa nova expedição, agora num barco de papiro – o RA II (3ª foto) –, através do Atlântico, de Marrocos aos Barbados. O objectivo era provar que habitantes da África Ocidental podem ter chegado às Índias Ocidentais antes de Colombo.

Em 1977-1978,TH navegou no Tigris, feito de junco (maqueta na 4ª foto), através do Índico, para ilustrar a convicção de que as antigas civilizações do vale o Indo e do vale do Egipto tinham contacto umas com as outras.

Tinha esquecido uma parte das histórias. Soube-me bem relembrá-las hoje, já na ponta final desta incursão muito a Norte - amanhã é dia de regresso à base.

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26.6.11

«Convergência e Alternativa» - Separar as águas



Que os impulsionadores do Manifesto «Convergência e Alternativa» viriam / virão a lançar um novo partido político só pode ser novidade para quem, nos últimos meses, tenha andado arredado dos meandros de bastidores das esquerdas.

Que o momento de o trazer a público não podia ser mais oportuno é por demais evidente para que seja necessário explicá-lo.

Que alguns detalhes do referido anúncio, no meu entender absolutamente dispensáveis e despropositados, tenham sido tais que já provocaram reacções de terceiros, que não se reviram no papel que lhes foi «atribuído», é no mínimo lamentável (sem que isto implique qualquer processo de intenções, mas seja talvez apenas revelador de irreflexão ou inexperiência política…).

Mais concretamente, em texto publicado no jornal «i», pode ler-se, entre outras passagens: «"Há uma janela de oportunidade que nós vimos logo a seguir às presidenciais, com a quantidade de votos nulos e em branco registada. Não podemos continuar sem fazer nada." Foi por isso que na semana passada já houve reuniões em Lisboa que juntaram subscritores do manifesto e movimentos ligados à esquerda, como a ATTAC -plataforma portuguesa, a Portugal Uncut (movimento anti-austeridade) e o Movimento 12 de Março (mais conhecido por geração à rasca).»

Entre outras reacções, o Portugal Uncut acaba de publicar o seguinte DESMENTIDO:

«Esta notícia, no que ao Portugal Uncut diz respeito, é, pura e simplesmente, falsa. O Portugal Uncut é um movimento antiausteridade, logo político na sua essência, mas não tem âmbito eleitoral. Apoiamos alternativas económicas e políticas (que propomos, divulgamos, e discutimos), e fazemos parte de qualquer dinâmica social com vista a combater a austeridade, o desmantelamento de serviços públicos e as políticas fiscais que favorecem a fraude e o desvio de fundos do bem comum para as mãos da elite financeira. Mas não constituímos nenhuma plataforma que “vá a votos”, porque o respeito que temos pela democracia e o repúdio por discursos populistas antipartido requer, a nosso ver, a coexistência de espaços de activismo social e político. E o nosso é a rede e a rua.»
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Fantasmagorias


Algures, entre Geiranger e Lom.


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