17.4.12

«Eu não sei o teu nome, mas sei que te posso ajudar»



Foi o primeiro choque do dia: através do Bruno Carvalho, cheguei a este inacreditável hino do Movimento Zero Desperdício, lançado «com o alto patrocínio da Presidência da República» e que quer «aproveitar os incontáveis desperdícios de bens, produtos e recursos existentes, um pouco por todo o país». 

O espírito insuportavelmente caritativo do movimento está bem espelhado na letra que dezenas de músicos se prestam a cantar. É um insulto aos que da campanha tirarão proveito, um atestado de infantilidade para aqueles que se pretende mobilizar. Uma vergonha para todos nós. 



Nas curvas da vida, levamos por vezes uma chapada de desilusão com actos de alguém de quem não os esperávamos. Hoje foi o meu dia e tem um nome: Sérgio Godinho. 

P.S. - Esta canção tem 35 anos. Nunca pareceu tão actual.
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12 comments:

Anónimo disse...

Ainda bem que leio este post, Joana.
Ontem, no blog do Folha Seca fiz um comentário que vai no mesmo sentido.
A canção faz-me lembrar tempos que não gostaria de recordar, porque dá a ideia que a caridadezinha é que resolve os problemas do país. E, por coincidência, até escolhi para as minhas Vozes de Abril o "Vamos brincar à caridadezinha"

Ana Cristina Leonardo disse...

Que tristeza!

luis reis disse...

Que merdaleza!Nem digo mais nada.Com o patrocinio do...???

mdsol disse...

Alienação. Fica-se sem palavras.

maria joão carrilho disse...

Estou em estado de choque , até o meu cavaleiro andante lá está.

é isso, merdaleza , tristeza, alienação.

Façam mas é já uma cantiga - temos todos de lutar!

mjm disse...

dégueulasse

Helena disse...

O que terá dado a algumas das pessoas que se juntaram a isto é o que eu me pergunto!!!

Afonso Jorge disse...

Triste, muito triste.

Manuel disse...

Fica o meu comentário no 5 Dias:

Bom vai à bruta.

Grande parte dos participantes nesta coisa, são meninos que andaram anos e anos a ganhar para sopa do dia a dia pendurados no PCP quando era a unica forma de ganharem algo, CantarAbril foi uma forma de continuarem pela estrada fora, quando ninguém os chamava para nada, nem de borla, alguns (Tordo por exemplo) vieram mais tarde a cuspir no prato onde comeram

Tive oportunidade de lidar com vários muitas vezes, não me espanta que alinhem nestas caridadezinhas é uma forma de se fazerem à vida, outros devem ter sido arrastados para irem lá deitar uma goela sem que lhes tenham explicado bem onde se metiam

Há dias alguém do meio me dizia, há que ir a todas e não ser esquisito, isto está mau

As camaras e as juntas estão sem dinheiro para festas, portanto é olhar à volta e pode ser que o Sr.Silva e companhia arranjem algo para se ir ganhando para a bucha

Quanto aos giles e companhia, estamos conversados, fiquem lá pelas fundações e não chateiem, que eu de ong’s e oficios correlativos já vi no mundo que chegasse

A quem não gostar que vá à merda, e não venham com teorias

dec.interesses: não sou musico, nem a minha vida está dependente de cantigas

Maria de Fátima Filipe disse...

Um verdadeiro nojo! bem vistas as coisas acho que já não me admiro por por lá ver quem quer que seja...

Anónimo disse...

Joana,

Belo post no meio do deserto e da miséria-humana- claro está.
Todos atrás do Represas que é profissional da coisa...
Aonde chegámos!

Septagenário 2

Anónimo disse...

Haja dignidade e Senso critico!
E alguém que denuncie vergonhas como esta.
Adel