25.2.12

Reencontros, desencontros


Depois de algumas hora de estrada, e de atravessar um ponte que me dizem ser a mais longa da Ásia e uma das maiores do mundo, eis-me em Penang, uma praia do Noroeste da Malásia.

Amanhã, verei melhor como tudo isto é, mas já deu para saber que foi por aqui que Roger Moore andou, em 1974, a fazer de 007 em O homem da pistola dourada.

Mas, agora mesmo, ao olhar para a areia, bem procurei vestígios de Brigitte Bardot. Em vão porque a imagem possível foi esta: 

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24.2.12

Chá e morangos



Ficaram para trás as cidades e o calor tropical. Trepei agora para Norte e para cima: Cameron Highlands, a 1.500 metros, a estação de montanha mais popular da Malásia, very british, verde, muito verde pelas suas belíssimas plantações de chá em socalcos. Não propositadamente, tenho vindo a fazer uma espécie de «peregrinação do chá» - Darjeeling há dois anos, Sri Lanka o ano passado – e não me canso. Lindíssimo!

Mas em Cameron Highlands cultivam-se também todas as espécies de legumes, flores e frutos. Sobretudo, morangos: strawberries se não forever, pelo menos evreywhere… Não plantados no chão, como estamos habituados a vê-los, mas em vasos ou nuns estranhos recipientes com sofisticados sistemas de rega.

Enfim, a viagem está quase a meio e tem-me sabido muito bem, não só porque viajar é mesmo uma das coisas que mais me atrai nesta vida, como pela licença sabática que me dá «das políticas» domésticas. É que até o 25º aniversário da morte do Zeca Afonso foi motivo de polémicas! Livra!

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23.2.12

Macacos e pirilampos



Ainda algumas incursões por Kuala Lumpur (cidade que não me venceu, nem me convenceu assim muito…), mais tarde uma visita a uma interessante fábrica de objectos em peltre, palavra que nunca tinha ouvido e que designa aqui uma liga de zinco, antimónio e chumbo: fazem-se manualmente jarros, caixas, jóias e até uma caneca gigante que teve direito a entrar no Guinness (capacidde de 2.796 litros).

Mas o dia ficou marcado pelo contacto com macacos, primeiro agressivos num templo hindu, depois perfeitamente domésticos e maternais, como mostra a fotografia; e, cereja em cima do bolo, por um passeio num rio, ao cair da noite para ver milhares e milhares de pirilampos – ao som de relâmpagos e de um imã que convocava fieis para orações e em luta inglória contra picadas de mosquitos. Mas foi, de facto, um espectáculo realmente único! 



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22.2.12

Continuando…



Primeiras impressões de Kuala Lumpur, esta grande cidade construída sobre terra lamacenta na confluência de dois rios. 

A tónica dominante é que  tudo é «multi» em todos os planos: étnico, cultural, religioso (templos de todas as religiões numa mesma rua), arquitectural, «contrafaccional» (nunca vi tantas imitações perfeitas por metro quadrado como nesta Chinatown, nem sequer no mercado de Istambul). 

Este bilhete-postal é hoje mais curto dado o adiantado da hora e, também, porque estou a ser vítima respiratória (ligeira…) da luta entre o calor da rua e o frio do ar condicionado em tudo o que é interior. Ficam algumas fotos e amanhã há muito para ver.



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21.2.12

Afonso de Albuquerque 2 – Cristiano Ronaldo 1


Só em Malaca, evidentemente. Dizer-se que se é português dá direito a especial deferência e a evocação do conquistador e as nossas pegadas cá estão mas em relativo mau estado. A ruína da Porta de Santiago é muito visitada, mas o chamado bairro português parece-me em franca decadência e creio que nem pastéis de nata por lá se venderão (talvez no Hotel, porque no principal café, num estado de desmazelo indescritível, não estarão certamente). Quanto à comunidade de descendentes, não a encontrei (nem procurei…) e confesso que não tentei saber onde poderia ir ouvir cantar fado esta noite…

De resto, Malaca é uma cidade quase totalmente «chinesa», com os tuc tucs mais floridos que alguma vez encontrei!

Não sei se por causa de um calor húmido arrasador (quebrado por uma magnífico e monumental trovão!…), ou porque me tinham criado muitas expectativas quanto a esta terra, acabei por não lhe achar muita graça. Kuala-Lumpur à vista! 



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20.2.12

Entretanto, aqui a Oriente


Segundo dia nesta grande cidade que é Singapura, com os seus cinco milhões de habitantes (em 1965, tinha apenas um quinto), cheia de contrastes entre um luxo arquitectónico recente, absolutamente estonteante, e bairros de pequenas casas coloridas, agradavelmente recuperadas.

Um poder político fortemente musculado domina uma das economias mundiais de maior sucesso, que se gaba de ter pouca corrupção, onde muitas coisas são pura e simplesmente proibidas e severamente castigadas, com ruas sem um papel no chão (excepção feita para o barro indiano, obviamente…) e que terá conseguido mesmo livrar-se de uma das suas maiores pragas: os mosquitos que existiam aos milhões, em grandes superfícies de águas estagnadas.

Muito haveria a dizers o tempo é pouco e as noites muito curtas! Deixo algumas fotografias que ilustram contrastes vários.

Quanto a Portugal, por um olhar rapidíssimo pelas notícias de ontem, fiquei a saber que Passos Coelho foi vaiado não sei exactamente onde e que morreu Igrejas Caeiro, o que eu julgava já ter acontecido há décadas…. E lamento dizer-vos que o resto do mundo não está a viver o drama do Acordo Ortográfico português e que ainda não dei por nenhuma campanha internacional a favor ou contra o mesmo – talvez em Malaca, para onde sigo amanhã…




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19.2.12

Regresso ao passado


Passaram 24 horas desde que saí da cama em Lisboa até que aterrei em Singapura, mas a viagem nem me custou muito. Fui dormindo e a Qatar Airlines deu-me refeições prepared according to islamic principles.

Para já, andei por ruas superpovoadas de multidões que não param de entrar, e aparentemente de comprar, em lojas de todas as griffes deste mundo, abertas apesar de se estar numa tarde de Domingo.

Definitivamente, a prosperidade e o consumo estão a passar por aqui. Sinto-me numa espécie de regresso ao século XXI antes da «crise».

E, no entanto, onde menos se espera: