11.8.12

Afinal havia escutas




(Escutas feitas no gabinete de Sá Carneiro, em Janeiro de 1980, a partir dos dispositivos de tecnologia da antiga RDA, incorporadas nos ares condicionados FNAC, através de agentes infiltrados do PCP, que manipularam os concursos de equipamento do Estado para adquirir estes aparelhos à empresa de Alexandre Alves.)

Surprise!

Os melhores



«O povo votou no melhor primeiro-ministro de Portugal. Ganhou o Sócrates. Antes que as alminhas do costume rejubilem, recordemos que Oliveira Salazar é o melhor português de sempre.»

(Roubado no Facebook à Ana Cristina que roubou ao Luís M. Jorge.) 

A propósito desta notícia.
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10.8.12

Jorge Amado – «Eu nasci assim»



Faria hoje 100 anos e multiplicam-se, com toda a justiça, referências à sua vida, a muitos dos livros, às suas estadias em Portugal.

Recordo o «acessório»: o que foi, entre nós, o retumbante sucesso de Gabriela, cravo e canela, a primeira de todas as telenovelas emitidas pela RTP, entre Maio e Novembro de 1977, com base na obra de JA com o mesmo nome. Companhia da hora do jantar, cinco dias por semana, em casa ou em cafés (eram muitas as famílias que ainda não tinham aparelhos próprios), era assunto generalizado de conversa, trouxe para a língua portuguesa termos e expressões brasileiras e transformou Sónia Braga num ídolo (quantas Sónias não têm hoje trinta e poucos anos?!...). 

A «Gabrielomania» fez parar literalmente o país: a Assembleia da República interrompeu os trabalhos pelo menos quanto foi emitido o último episódio (era vital saber se Gabriela ficava ou não com Nacib...) e conta a lenda que Álvaro Cunhal chegou atrasado a um programa televisivo por ter ficado a ver a telenovela.

No dia seguinte à última emissão, o Diário de Lisboa discutiu o corte de trinta episódios, de que a telenovela terá sido objecto em Portugal. Soa a «idade da inocência», a 35 anos de distância...


O genérico que até os bebés cantarolavam:



Um dos episódios inesquecíveis:


Mata, escuta e olha!



Com dedicatória a este momento zen da dupla Mário Crespo / Zita Seabra:


Foto de Rita Veloso (Lisboa, Estrada de Benfica)

Queixa-crime apresentada no DIAP (a propósito da não extradição de George Wright)



Diana Andringa e eu própria apresentámos hoje uma queixa-crime contra o cidadão norte-americano Jonathan Winer, pelos motivos apontados no texto que transcrevo, assim como na documentação anexa. Juntamo-nos desta forma a outros protestos já divulgados. 



Ex.mo Sr. Procurador Geral da República,


Diana Marina Dias Andringa (...) e Maria Joana de Menezes Lopes (...)  vêm expor e requerer o que segue:

1- No passado dia 14 de Julho, o semanário “Expresso” publicou um artigo com o título “EUA querem foragido mesmo à força” que, tendo como motivo a decisão judicial de não extradição por Portugal de George Wright, dá conta do interesse e dos esforços desenvolvidos por algumas entidades e personalidades norte-americanas com vista a fazê-lo comparecer perante as autoridades judiciárias dos EUA.

2- Entre outras individualidades, o mencionado artigo cita, em discurso directo, Jonathan Winer, aí identificado como “ex-vice-secretário de Estado no tempo de Clinton”, como tendo dito que, se as autoridades portuguesas não revissem a sua posição de não entregar George Wright aos EUA, haveria a possibilidade de recurso a “uma operação como as que durante a era Bush foram chamadas «extraordinary renditions» (detenção extrajudicial em voos da CIA).”
Tendo afirmado a este propósito que: “Arrefeceria as relações com Portugal, mas, se tudo falhar, porque não? Já fizemos o mesmo noutros países aliados – México e Itália – e tudo voltou ao normal.”

3- O mesmo Jonathan Winer diz também que em caso de recusa portuguesa em proceder à entrega pretendida haveria que: “(…) estabelecer uma recompensa pela entrega de Wright às autoridades americanas”.

4- Mais adiante, e a perguntas do jornalista autor da entrevista, o já citado Jonathan Winer, afirma: “Se ele (George Wright) estivesse no Paquistão, com o seu passado e o seu comportamento, teria um dia destes um drone (avião não tripulado usado em assassínios seletivos de suspeitos de terrorismo) a voar sobre a sua cabeça.”

5- E perguntado sobre se as acções por si defendidas, com vista à entrega de George Wright aos EUA não violariam a lei portuguesa, diz: “Não quero saber da lei portuguesa para nada.”

6- Do exposto resulta que Jonatham Winer quis fazer as declarações públicas citadas para serem transmitidas à opinião pública portuguesa, com força de efectividade elocutória e severo propósito de cumprimento, tal e qual como na realidade o vieram a ser num dos semanários com maior tiragem em Portugal, mesmo conhecendo, mas tripudiando sobre o Tratado de Extradição Penal celebrado entre a República Portuguesa e os Estados Unidos da América, que é, perante si próprio, lei interna americana a que deve obediência.

7- As afirmações de Jonathan Winer, acima reproduzidas, instigam de forma notória e evidente à prática de diferentes crimes, como o de homicídio – artigo 131º do Código Penal –  rapto – artigo 160º nº1 al. c) do Código Penal – de entrega ilícita de pessoa a entidade estrangeira – artigo 321º do Código Penal – e de coacção contra órgãos constitucionais – artigo 333ºdo Código Penal -.

8- Esta conduta de incitamento à prática de crimes é, em si mesma, punível pela lei portuguesa, nos termos do disposto no artigo 297º do Código Penal, tendo os tribunais portugueses jurisdição para o correspondente procedimento criminal, nos termos do disposto no artigo 7º do Código Penal.


Assim, as exponentes requerem a VªExª que seja instaurado o competente procedimento criminal contra o citado Jonathan Winer, pela prática de um crime de instigação pública à prática de crimes.

E. D.

Lisboa, 9 de Agosto de 2012

Diana Andringa

Maria Joana de Menezes Lopes

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Para ler os textos, clicar em cada imagem:


Quando eu for grande...

9.8.12

As Cidades e as Praças (38)






Praça da República, Yerevan (2012)

(Para ver toda a série «As Cidades e as Praças», clicar na etiqueta «PRAÇAS».)
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Novas dsiciplinas olímpicas


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Num outro 9 de Agosto


...mas de 1961, em Nambuangongo.

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9 de Agosto de 1945



Fundada por portugueses em 1570, Nagasaki é recordada sobretudo por ter sido vítima da segunda bomba atómica lançada pelos Estados Unidos no Japão, seis dias antes da rendição deste país e do subsequente fim da Segunda Guerra Mundial.

Fala-se mais da tragédia de Hiroshima por ser cronologicamente anterior, mas o número de mortos e de feridos foi sensivelmente o mesmo nas duas situações e o engenho que destruiu a parte Norte de Nagasaki, em menos de um segundo, até era mais potente mas caiu num vale e teve efeitos amortizados.



Actualmente, existe em Nagasaki um belíssimo Parque da Paz, onde hoje será prestada homenagem ás vítimas de 1945. Quem já lá esteve não esquece.




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8.8.12

Au mois d'août



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Grécia: maus ventos na coligação governamental



Pouca atenção se presta neste momento à Grécia. Mas eu insisto, não só pelo interesse quanto ao desenrolar dos acontecimentos, mas também porque, como dizia a minha mãezinha, «candeia que vai à frente alumia duas vezes» e é sempre bom prevermos o caminho que muito provavelmente nos espera.

Cresce a tensão dentro do governo grego por divergências quanto às medidas a serem adoptadas para cortar mais 11,5 mil milhões de euros, como as troikas exigem.

Em causa está agora a transferência para uma «Reserva de Trabalho» (algo de parecido com o nosso quadro de excedentes) de 45.000 funcionários públicos que deverão ir para casa com 60% do salário para, ao fim de três anos, obterem a reforma ou passarem para o desemprego. Simultaneamente, não serão renovados contratos a outros 25.000.

PASOK e Esquerda Democrática dizem não estar dispostos a dar luz verde a esta medida, por já se ter mostrada ineficaz no passado e por não estar contemplada nos acordos estabelecidos para a formação do actual governo. Evangelos Venizelos, líder do PASOK, declarou expressamente: «Comprometi-me pessoalmente, antes das eleições, com a não existência de lay-offs no sector público» e resta saber como é que os diferentes parceiros da coligação estabelecerão ─ ou não ─ pontes nesta matéria.

Entretanto, dentro dos partidos da oposição e na opinião pública, fazem-se apostas quanto à duração do actual governo. 

Tudo absolutamente sem surpresas de qualquer espécie, portanto.

(Fonte)

Aborto?


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Empresas aproveitam apoios do Estado para poupar nos salários



Mas não era evidente que isto ia acontecer? Mais: não é precisamente este um dos objectivos, ideologicamente marcados, dos nossos Chicago boys

A remuneração média dos trabalhadores cujas empresas estão a recorrer ao programa «Estímulo 2012» ronda os 656, 67 euros.

«Ao conjugarem este apoio, com a celebração de contratos que na sua maioria são de seis meses, as empresas conseguem desta forma recrutar um novo trabalhador a tempo inteiro por um valor bastante inferior aos 971,5 euros de remuneração base média mensal registados em Portugal no final de 2011 e longe também dos 838,44 euros que poderiam oferecer se pretendessem maximizar a utilização da comparticipação que lhes é oferecida.» 

Notícia com mais detalhes. 
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7.8.12

O que fica do que passa


Caetano Veloso que faz hoje 70 anos.



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Despedimentos: quando a realidade começa a ultrapassar a ficção



Foi a uma caixa multibanco levantar dinheiro para o táxi e constatou que tinha mais 10.000 euros do que previsto. Analisou os movimentos e viu que se tratava de uma indeminização por despedimento.

Quem o conta é Clara Simón, uma dos onze professores do departamento de Estatística da Universidade Rey Juan Carlos de Madrid, que souberam deste modo que estavam «dispensados» ─ apesar de serem doutorados com contratos fixos a tempo indefinido e de lhes ter sido garantido, há menos de um mês, que não seriam afectados. O director do departamento foi informado dos factos, por mail, no próprio dia, os despedidos receberam mais tarde uma carta.

(Mais detalhes aqui.) 

Se, há muito pouco tempo, alguém tivesse previsto que isto podia acontecer em Espanha, Europa, segunda metade do ano da graça de 2012, nem os mais cépticos e catastrofistas do que Medina Carreira acreditariam. Mas está a ser assim. Hell is the limit. 
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Realismo


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Às portas do trabalho escravo



Elísio Estanque divulgou, no Facebook, o texto da sua crónica no Público de ontem (sem link). Suficientemente importante para que eu a divulgue também aqui.  

A nova legislação laboral que acaba de entrar em vigor assenta num conjunto de premissas bem ilustrativas da mentalidade dominante entre a atual classe dirigente. Pensando nas grandes linhas orientadoras do mais recente pacote legislativo e na ideologia em que assentam é possível vislumbrar, sem ironia, uma versão sui generis da vulgata marxista-leninista na sua versão mais ortodoxa. As principais medidas adotadas, tais como a redução dos custos do trabalho, a facilidade de despedimento, os cortes nas indemnizações, os bancos de horas, o layoff, a redução de feriados e pontes, a punição dos faltosos, etc., etc., deixam transparecer a sensação de que a atual maioria levou ao extremo o princípio da luta de classes entre trabalhadores e capitalistas, só que, vista ao contrário, isto é, sob o prisma do mercantilismo selvagem do século XXI. 

Com efeito, é possível que o pano de fundo desta nova “cartilha” se tenha inspirado na velha ideia de Marx segundo a qual é impossível a conciliação de interesses entre as duas classes antagónicas. Será a resposta da burguesia ao proletariado revolucionário e aos movimentos republicanos de há cem anos atrás? Será uma vingança do capital e da direita contra os “privilégios” e “mordomias” alcançadas pelos trabalhadores no período do PREC?. A matriz produtivista que inspirou o legislador do novo Código do Trabalho só não advoga o regresso às fábricas “satânicas” dos tempos da Revolução Industrial (das 16 horas de trabalho diário, sete dias por semana) porque elas não são mais necessárias, graças à economia digital, aos call centers, ao teletrabalho e a toda a panóplia de tecnologias que hoje permitem assegurar formas de servidão mais discretas e mais eficazes. 

Acresce que, como se sabe, os anteriores modelos produtivos como o taylorismo, o fordismo e o toyotismo foram experiências falhadas. E falharam, acima de tudo, porque cederam aos desvios “revisionistas” da linha liberal-social, enveredando por uma tentativa de conciliação de interesses, que só serviu para atrapalhar a cadeia lucrativa. A empresa não pode mais ser um espaço de negociação ou de convenções coletivas, fundadas no “compromisso de classes”. Inclusive, instituições internacionais como a OIT, que ao longo de anos lutou pelo chamado trabalho digno, têm de ser fortemente denunciadas em nome do trabalho-mercadoria. Nesse sentido, exemplos como o da Autoeuropa – onde se chegou ao ponto de admitir representantes dos trabalhadores na administração e aceitar a comparticipação nos lucros – não passam de meros focos de resistência de um modelo de gestão sem bases científicas e sem futuro. Como a “responsabilidade social” se tornou um princípio supérfluo (o mesmo destino a que está votado o próprio Estado social), entendeu, e bem, o atual poder que a era do diálogo e do consenso está ultrapassada. Que é tempo de reassumir a divisão natural entre o mando e a obediência. 

Recuperando, em adaptação livre, a teoria de um ex-intelectual orgânico da classe capitalista – entretanto caído em desgraça, porque foi assaltado por uma série de dúvidas –, pode dizer-se que a luta é agora entre os “descomplexados competitivos” e os “preguiçosos coletivistas”. As novas leis do trabalho são, portanto, o resultado de uma luta persistente dos primeiros contra o conservadorismo coletivista dos segundos (e contra o vírus sindical, que está moribundo mas não morto), visando a generalização do trabalho forçado, isto é, criando um amplo exército de famintos, uma nova força de trabalho disponível para o trabalho gratuito, que começa a emergir dos destroços da atual classe trabalhadora. Em vez da busca de compromissos que, desde o século XIX, o capitalismo industrial tentou estabelecer entre capital e trabalho, a linha dura que esta nova “internacional liberal” fortemente apoiada no capitalismo financeiro fez aprovar (e que, naturalmente, o governo português foi dos primeiros a subscrever), retoma a velha ideia do “trabalho mercadoria” como primeira prioridade a caminho do “Sol nascente” do hiperliberalismo competitivo. 

Em suma, os atuais desempregados de longa duração, os precários sobrequalificados que se recusem a emigrar, os beneficiários do RSI que se revelem pouco produtivos no trabalho comunitário, assim como os vagabundos e demais segmentos “preguiçosos”, serão definitivamente arredados para fora do sistema social, engrossando esta nova subclasse dos “pau-para-toda-a-obra”, prontos para o rápido enriquecimento dos seus amos. O princípio é este: de cada um segundo as suas capacidades, até à exaustão; a cada um segundo a sua subserviência devota ao capital. Eis o sonho colorido do liberalismo radical: o regresso do trabalho escravo. 
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6.8.12

Tsipras: um dos mais «perigosos»



Na edição semanal de Der Spiegel, hoje divulgada, Alexis Tsipras é o segundo numa lista dos «10 políticos mais perigosos da Europa» ─ «dez agitadores que põem o projecto europeu em grave perigo», já que «aproveitam a crise tentando tirar dela vantagens políticas por meio de um populismo barato».

Tsipras é o único político de esquerda «escolhido», todos os outros são de direita ou de extrema-direita: Markus Soeder , Silvio Berlusconi, Marine Le Pen, Timo Soini, Alexander Dobrindt, Nigel Farage, Heinz-Christian Strache, Geert Wilders e Viktor Orbán.

Uma «honra» para o líder do Syrisa, mas significativo e de lamentar que seja o único político de esquerda que Der Spiegel considera perigoso!...

Em Keep Talking Greece, que divulga a notícia, comenta-se ironicamente: nem Ângela Merkel, nem o ministro alemão da Economia Philip Roesler, nem os não eleitos Durão Barroso e Herman van Rompuy «são um perigo para a Europa como tal. Só são perigosos e uma ameaça para os cidadãos da União Europeia». 
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Outros Jogos Olímpicos




Exposição online sobre estes Jogos no site do United States Holocaust Memorial Museum.
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Privatização da RTP: somos parvos mas não tanto assim



Pedro Santos Guerreira explica hoje, em Editorial do Jornal de Negócios, o que parece tão óbvio que até faz impressão! Mas a caravana passa ─ essa é que é essa...

«O Governo ainda não sabe bem o que quer, mas o ponto de partida é fechar o segundo canal e vender a sua licença, mantendo a RTP 1. (...)

Um Governo que sempre quis privatizar a RTP não sabe afinal o que quer, nos meses de comer bivalves quer uma coisa, nos outros meses muda de camisa. (...) Promete-se fazer contra ventos, marés e adasmatores mas quando se pergunta o quê, a quadrícula é não sabe/não responde. (...)

Se o Estado alienar a licença da 2 e mantiver a 1, o que está a fazer é a criar mais um canal comercial. Em vez de dois canais e meio (a RTP tem metade do espaço publicitário dos canais privados), passará a haver três canais e meio. Para o Estado, o interesse desta operação só surge do eventual encaixe com a venda da licença. Os custos da RTP não reduzirão substancialmente em relação ao trabalho que já está a ser feito hoje. E a tentação política de lá mandar mantém-se intacta. Genial, não é? (...)

A privatização da RTP já foi anunciada muitas vezes. Nunca se fez. Agora, é refinado: pode fazer-se sem se fazer. Os privados sofrerão a pior das pressões, a da falta de dinheiro. É a concorrência, estúpido. Mas não façam de nós parvos. Isto não é privatizar a RTP, isto é manter a RTP no Estado e fragilizar os privados com mais um canal. Se quer ser sério, o Governo só tem três alternativas: ou cancela a privatização, define quanto vai pagar pelo serviço público e assume o ónus da impopular reestruturação da empresa; ou fecha a RTP, o que é impossível; ou privatiza a sério, explicando aos contribuintes que vai continuar a pagar para ela ser atractiva. O resto é encenação. Mal intencionada. E pérfida.»
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Hiroshima ─ há 67 anos



Este relógio marca a hora a que a bomba explodiu: 8:15 da manhã de 6 de Agosto de 1945. Está no (terrível) Museu de Hiroshima e fotografei-o há seis anos. Tal como estes objectos que falam por si:


Nunca esquecer: 


Imagens do parque actual:

5.8.12

Chavela Vargas (1919-2012)



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Aznavour, ainda



Um pouco confuso mas é assim mesmo: Charles Aznavour nasceu em Paris e é francês, os antepassados eram arménios mas o pai nasceu em Akhaltsikhe, no Sul da Geórgia. Será nesta cidade que Aznavour dará um concerto, no próximo dia 16, para assinalar a abertura, naquela cidade, de uma fortaleza totalmente renovada. Aos 88 anos, será acompanhado por 25 músicos e interpretará alguns dos seus maiores sucessos. Talvez este, um dos meus preferidos:



E eu, que andei por lá perto, mesmo muito perto, não assistirei ao concerto porque já regressei à base... (Sem ter falhado, uma vez mais, aquela misteriosa e inexplicável experiência de confirmar que o aeroporto da Portela, em Lisboa, deve bater todos os recordes mundiais de tempo de espera na entrega da bagagem. Porquê, mas porquê???) 

 (Fonte)

E quanto à Síria…



Sobre a mais do que complexa situação na Síria e a inesgotável discussão sobre intervencionismo em casos como este, José Manuel Pureza publicou um texto no Diário de Notícia, com o qual me identifico totalmente. 

 «A História não é uma realidade a preto e branco. É um embuste a sua apresentação como enfrentamento entre anjos e patifes. Uma análise séria exige que se reconheça que o regime de Damasco é odioso - e que as revoltas populares não são um mero complot fabricado na Virgínia - mas exige também que não se oculte que "a oposição" está longe de ser a expressão da virtude. (…) 

Retira isto legitimidade à luta dos sírios pela democracia? Nenhuma. Mas põe em evidência as estratégias de infantilização que pintam às opiniões públicas a guerra na Síria como algo entre imaculados e satânicos para delas obter reações emocionais. 

Lembram-se da Líbia? (…) Lembremo-nos então de tudo isso quando agora nos falam de novo em chacinas unilaterais e nos dizem: "Alguma coisa tem de ser feita", que é uma forma moralizada de dizer "tem de haver uma intervenção armada contra uns e a favor dos outros". 

Dir-nos-ão que não podemos permitir que os sírios sejam vítimas do bloqueamento da resposta por causa dos vetos chinês e russo na ONU. Lembremos-lhes então os povos da Palestina ou do Sahara Ocidental e de como têm sido vítimas de décadas de vetos dos mesmos que agora rasgam as vestes pela "urgência humanitária" na Síria.» 

Na íntegra AQUI.
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