26.3.13

Chipre – três notas



«Os que têm mais deixarão de poder investir, o que vai matar a economia. Resultado: os que têm menos vão sofrer as consequências.»

«Al mirar a Chipre, la sensación de los ahorradores italianos, portugueses y españoles es la misma que la del cochinillo cuando ve la fecha de San Martín acercarse pasito a paso por el calendario. Tanto jamón y ya no nos quedan piernas. Tantos billetes y tan poca gasolina.»

«A ideia da União Europeia morreu em Chipre. As ruínas da Europa como a conhecemos estão à nossa frente. É apenas uma questão de tempo. Este é o assunto político que temos de discutir em Portugal, se não quisermos um dia corar perante o cadáver do nosso próprio futuro como nação digna e independente.»

2 comments:

Jorge Conceição disse...

Qualquer das três notas se refere à União Europeia, como uma ligação de Estados sediada no único conceito de mercado, o que está correcto.

Porém a nota de Viriato Soromenho Marques abre caminho a uma reflexão mais abrangente, pois denota, quanto a mim, uma sensação de frustração motivada pela falência duma ideia social e democrática da coesão entre os estados europeus.

Pessoalmente nunca acreditei na solidez duma associação de estados baseada numa tão frágil e venal ideia como é a do "mercado-rei".

O caminho com bases mais sólidas seria - se as vontades políticas de quem tem dirigido os estados assim se tivessem concretizado - o do aprofundamento e desenvolvimento dos conceitos que nortearam a criação do Conselho da Europa.

Era também, suponho, uma das grandes apostas de Maria de Lourdes Pintasilgo. Poucos estadistas portugueses lhe deram corpo e seguimento.

Uma base ideológica social, política, democrática, envolvendo seriamente o conjunto dos estados europeus criaria uma cultura europeia com reais raízes, que é uma coisa impossível de obter a partir a partir dum conceito meramente mercantilista e especulativo.

alf disse...

tanto quanto percebo, o problema do Chile é meramente uma operação de salvamento de um banco falido.

a alternativa seria deixar falir o banco e garantir até 100.000 euros os depósitos existentes; assim, quem tem mais de 100.000 euros ainda recebe 70% do seu dinheiro.

Creio que não é uma taxa sobre todos os depósitos mas apenas sobre os daquele banco específico. E, se for assim, compreende-se muito bem a solução.

Não sei é se é assim ou não...