19.7.13

Adoro o cheiro a salvação nacional pela manhã



Adoro o cheiro a salvação nacional pela manhã. (...) De surpresa em surpresa, o PS aceitou ir conversar com o "governo" (ao mesmo tempo votava pela queda do "governo") para o tentar salvar. Seguro fez o papel do indivíduo, que vive num monte isolado, a quem levam tudo o que juntou até agora, porque apareceram uns senhores de gravata que lhe disseram que aquilo não valia nada porque ia acabar o Euro.

O PS juntou-se ao PSD, e ao CDS, para, numa semana, resolver todos os problemas do país. Eu convencia-os a ficar a trabalhar no fim-de-semana para resolver a fome em África, o conflito na Síria e apanhar de vez o touro fugitivo de Viana do Castelo. Uma coisa é certa, se isto correr bem podemos exportar salvação nacional. (...)

No meio do caos, o PR resolve ir fazer um cruzeiro à Macaronésia. Não dava para mudar. Já estava marcado. É uma quadragésima segunda lua-de-mel e o nosso PR não tinha coragem de chegar a casa e dizer: "Querida, afinal ainda não é este ano que te levo para uma ilha isolada, só eu e tu; e a minha comitiva". Podem chamar-me Velho do Restelo (só uma vez), mas tenho dificuldade em aceitar esta viagem do PR às Selvagens. Segundo ouvi dizer, uma das razões da pernoita do Presidente da República nas Selvagens está relacionada com a velha disputa territorial com Espanha. Mais uma razão. Se é uma questão territorial bastava fazer chichi em tudo o que é poste nas Selvagens, escusava de lá ficar a dormir.

A minha noção de Salvação Nacional leva-me a deixar aqui uma ideia: podíamos poupar 80 mil euros se a viagem de Cavaco fosse só de ida (vai custar 160 mil euros). Dizemos que fazia parte do corte de 4,7 mil milhões no estado. Uma grande caminhada começa sempre com um pequeno passo.» (O sublinhado é meu.)

João Quadros
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