26.7.13

Sincronismos na crise



Não sabemos quão longa será a travessia do deserto em que nos arrastamos. Mas em vez de espingardear em todas as direcções contra moinhos de vento, talvez valha a pena tentar compreender onde viemos parar e porquê.

« Há uma estreita relação entre as dinâmicas cíclicas dos negócios, da hegemonia de ideologias, da tendência para o esquecimento da inevitabilidade das crises, da prática de crimes de colarinho branco, de comportamento político face aos "mercados" e das concepções éticas.

É inequívoco o impacto actual da financiarização e desindustrialização dos países capitalistas centrais; da ideologia neoliberal; das teses do fim da história e da superação das crises; das fraudes financeiras, da corrupção, da lavagem de dinheiro e da economia ilegal; da ausência de regulação e fiscalização por parte do Estado; da debilitação da moral e da assunção de que o crime compensa. É inequívoco o sincronismo destes múltiplos aspectos na actual crise estrutural do capitalismo.

O entrelaçamento encoberto e espontâneo das "máfias organizadas" no funcionamento da economia faz parte do nosso presente.

As "elites" não aprendem com a história. A sua incapacidade não é intelectual. É de subserviência política aos que criaram montanhas de nada (crédito fictício) e hoje sugam as populações para refazerem as montanhas imaginadas. Para a economia deles ir bem tem o país de ir mal.»

Vale a pena ler, na íntegra, o texto de Carlos Pimenta. 
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