8.10.13

A dívida é sustentável quando não há escrúpulos



José Vítor Malheiros escreve, no Público de hoje, um excelente artigo sobre a dívida e sua (in)sustentabilidade. 

Alguns excertos:

«Quando se decide pagar custe o que custar e não renegociar nunca, o incumprimento pode nunca acontecer, mesmo que as condições dos empréstimos sejam moralmente abjectas e economicamente destrutivas. Pode-se vender a Batalha e a Torre de Belém. Pode-se vender o Algarve e a Madeira. Pode-se vender o voto nas instâncias internacionais a quem pagar mais. Pode-se vender concessões mineiras sem exigir garantias para o ambiente. Pode-se garantir uma exportação de milhares de engenheiros por ano para a Alemanha (a Alemanha gosta de receber Fremdarbeiter). Pode-se oferecer o país para fazer experiências científicas difíceis de aceitar noutros países. Pode-se criar uma rede de bordéis para utilização de altos funcionários de organizações credoras. Pode-se fazer imensas coisas para gerar dinheiro, pagar a dívida e satisfazer os credores. Custe o que custar.

Inversamente, quando existe um mínimo de moralidade e de sentido patriótico, há abjecções a que não se admite descer e que fazem com que a dívida seja insustentável.»

Na íntegra AQUI.
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1 comments:

JR disse...

Concordo com o artigo excepto na conclusão da sustentabilidade.
Se os incompreendidos que têm tomado as mais abjectas medidas condenado à morte pela fome, pela doença, pella vergonha, uma larga parte da população tivessa coluna vertebral e fossem mínimamente competentes, os "mercados" poderiam ter alguma confiança. Sabendo da ignorância e incompetência governativa, não há confiança possível. Assim este governo será em todos os sentidos o problema maior para o problema da dívida e sobretudo para a vida dos portugueses.