27.12.13

Ricardo Araújo Pereira sobre «A insustentável sustentação da crise»



Na Visão de ontem, Ricardo Araújo Pereira substituiu a sua crónica habitual da última página da revista por um longo artigo, não propriamente humorístico, sobre o Acontecimento Nacional do Ano, em que defende que a crise política de 2013 foi fundamentalmente semântica: «o significado das palavras sofreu alterações profundas que a academia ainda não teve tempo de dicionarizar. Requalificação significa despedimento, resgatar significa subjugar, ajustar significa empobrecer e, e irrevogável não significa nada»

Nesse contexto, analisa, parágrafo a parágrafo, o irrevogável pedido de demissão de Paulo Portas. Por exemplo: 

«O segundo parágrafo é justamente célebre: "Com a apresentação do pedido de demissão, que é irrevogável, obedeço à minha consciência e mais não posso fazer." Há o pedido de demissão (que não se concretizou), há a irrevogabilidade (que não se verificou), há a alusão a uma alegada consciência (que não se detectou), e há o reconhecimento de mais não poder fazer (que não se confirmou). São 19 palavras, mas quase nenhuma significa o que costuma significar.»

E por aí fora...
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