28.4.14

FMI, o sinaleiro



«O FMI sai, mas fica. Vai e volta. Com o estatuto de observador e de, se as coisas correrem mal, cobrador do fraque. Funcionará como polícia sinaleiro e fiscal. Com um apito estridente, presume-se. E, segundo parece, até pode funcionar como uma sucursal da EMEL, aplicando multas porque Portugal não colocou a moeda a tempo e horas no parquímetro.
Se o país se portar mal, se não cumprir a austeridade e o pagamento da dívida, se não encolher ainda mais salários, pensões e compensações por despedimento, os homens sem rosto enviam por carta registada a pena a que ficamos sujeitos. (...)

Continuará o sol a ser grátis? A confusão, a desertificação do interior e a emigração forçada continuarão, escondidas pelo “sucesso” junto dos mercados e pela “libertação” financeira. (...)
O modelo aplicado a Portugal apenas está preocupado com as vertentes da dívida e do défice. O resto é irrelevante. E o que preocupa é que a classe política continua incapaz de apresentar um modelo estratégico (económico e social) para Portugal. Como se tudo isto fosse normal e que, com mais ou menos polícia do FMI por perto, a vida fosse voltar ao normal. Não vai.»

Fernando Sobral, no Negócios.
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