6.5.14

Navegar (nem sequer) à vista



«"A saída limpa", anunciada [ante]ontem pelo primeiro-ministro – num estilo épico inapropriado –, representa a vitória do tempo mínimo. O triunfo da tática parcelar e fragmentar. A nossa "saída limpa" não espelha a nossa liberdade reconquistada, mas o nosso abandono por parte dos países que, connosco, formam o corpo da zona euro, onde deveria reinar a solidariedade, mas impera um egoísmo vesgo e malsão. (...)

Ficamos à mercê de forças que não controlamos, sejam elas o humor dos mercados, as decisões dos bancos centrais mundiais, a incerteza sobre o rebentar das bolhas chinesas (do crédito e do imobiliário), a sorte das armas na guerra civil ucraniana. (...) A zona euro transformou-se numa planura desértica. Sem estadistas visionários que escalem montanhas para vislumbrar o melhor rumo para o bem comum de todos os europeus.»

Viriato Soromenho Marques

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