12.9.14

O nosso investigador Moedas



«Há quem diga que Carlos Moedas foi uma figura insignificante no círculo de poder de Pedro Passos Coelho. Não foi. Ele foi determinante no círculo de influência do FMI, da UE e do BCE.

Não apenas como tradutor, mas também como instigador de medidas que iam para além da troika. Foi o químico e o físico da troika. Tornou-se um cientista de almas. Foi um pequeno Lavoisier: "Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". Conseguiu isso: nada criou, nada perdeu e conseguiu ajudar a transformar uma grande dívida pública numa maior, um desemprego cómodo num desemprego brutal e uns impostos fartos nuns impostos insuportáveis.

Carlos Moedas foi o Sherlock Holmes indígena. Olhando para a sociedade respondia simplesmente: "Elementar, meu caro Watson". Para Carlos Moedas tudo é elementar, porque já foi criado e está sistematizado numa folha de Excel. Por isso foi promovido para a Europa, seguindo a rota de tantos que foram premiados pelo seu excesso de competência. (...)

Como se sabe, no mundo da burocracia de Bruxelas, a maior parte dos comissários são bonecos de cera, que depois de vistos, seguirão para o museu Madame Tussaud. Carlos Moedas terá aí, um dia, o seu grande momento de glória.»

Fernando Sobral

1 comments:

Niet disse...

Fernando Sobral tem muitissima razão. Moedas foi o " delegado " do FMI em Lisboa. Pela sua experiência na Goldman Sachs nos EUA, ganhou uma " credibilidade " imensa; e, rezam os mentideros, que tudo isso contribuiu para se tornar o braço-direito de Passos para a Economia, o homem-sombra que manipulava e torcia pelas instruções da troika, 24 horas por dia! Salut! Niet