15.10.14

Mais depressa se apanham vários coxos



... do que se pode acreditar em declarações de responsáveis que nos são apresentados como impolutos e acima de qualquer suspeita.

«Vítor Bento, saiu do Banco de Portugal antes de entrar no banco. (...) E isto porque a lei orgânica do supervisor bancário determina que "[...] é vedado aos membros do conselho de administração e aos demais trabalhadores fazer parte dos corpos sociais de outra instituição de crédito, sociedade financeira ou qualquer outra entidade sujeita à supervisão do Banco ou nestas exercer quaisquer funções" (capítulo XIX, artigo 61.o).O Banco de Portugal disse ao jornal i que "após solicitação do próprio, o conselho de administração [do Banco de Portugal] aprovou a cessação do contrato de trabalho [de Vítor Bento], com efeitos a data anterior ao início das suas funções no BES".»

«Vítor Bento, ex-presidente do BES e o do Novo Banco, nunca perdeu a ligação ao Banco de Portugal enquanto exerceu estas funções. (...) Apesar de ter pedido a reforma antecipada antes de ir para o BES – e de esta ter sido aprovada – nunca assinou os papéis e não perdeu o vínculo. (...) Deste modo, Vítor Bento gozou um mês de férias e está a trabalhar desde segunda-feira para o regulador central português como consultor do conselho de Administração.»

Claro que há assuntos de muito maior gravidade aqui e agora. Mas mente-se, com total impunidade, e nada se passa. Porque uma coisa é certa: durante o tempo em que esteve à frente do banco das borboletas (que, entretanto, desapareceram ou perderam as asas), Vítor Bento fê-lo contra a lei que veda «aos membros do conselho de administração e aos demais trabalhadores [do Banco de Portugal] fazer parte dos corpos sociais de outra instituição de crédito». Com a conivência de Carlos Costa.

Assim vamos, com as orelhas já quase sem cabeça.
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