16.11.14

Vistos – de ouro e com muitos quilates



Infelizmente, não tenho nenhuma casa para vender com direito a proporcionar vistos gold, ou ela já seria hoje chinesa e eu andaria por aí a dar a volta ao mundo, de preferência em cruzeiros aéreos, que é o que está a dar. Mas vou contar uma história.

Há poucos meses, soube de uma pessoa que comprou um andar na Expo, há meia dúzia de anos, e que foi contactada por uma imobiliária que pretendia adquiri-lo para depois o revender a um chinês. Foi oferecida uma quantia aparentemente astronómica pelo dito andar, que nenhum português pagaria, e que correspondia mais ou menos a três vezes o valor pelo qual tinha sido comprado.

Nem sei se o negócio se concretizou, mas lembro-me de pensar que havia algo de estranho no caso: com tantas casas à venda em Lisboa, por que motivo um comprador estaria disposto a pagar um tal preço, aparentemente inflacionado e bem superior aos 500.000 euros necessários para um gold? Desde há alguns dias, as minhas dúvidas adensaram-se: quanto, a mais da dita quantia, já altíssima, viria a ser pedido pela imobiliária ao comprador de Xangai ou de Pequim para que várias comissões pudessem ficar pelo caminho?

Ora bem: se até eu sei deste caso, ninguém em todo o circuito, de ministros a vendedores de imobiliárias, soube, desconfiou, pressentiu, que fenómenos deste tipo grassavam por aí? Ora... 
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1 comments:

Unknown disse...

Infelizmente. e de há uns quarenta anos para cá, isto anda tudo entregue à bicharada ( leia-se ratazanas). É de que mais apanha.
Há que alugar o Tarrafal
Jose Mautempo