31.12.14

Passos Coelho versus Anthímio



«Diz o líder do PSD, com o casaco de PM, que este será o primeiro Natal desde há muitos anos em que os portugueses não terão a acumulação de nuvens negras no seu horizonte. Passos recorre à metáfora do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica e, obviamente, vamos aproveitar porque é terreno fértil para isso e dá menos trabalho.

Passos quer ser o Anthímio de Azedo, mas esquece-se que a relação dos portugueses com o falecido baseava-se na confiança. O Anthímio acertava algumas vezes. As previsões do PM estão sempre fora de prazo. Mesmo que não houvesse nuvens negras, o que vemos é um acentuado arrefecimento nas prestações sociais, com aparecimento de fome na faixa costeira ocidental, e o vento vai continuar a soprar fraco a sul de Berlim. (...)

Para terminar, e não deixar dúvidas que já estamos em plena campanha, na passada terça-feira, num almoço em Cascais, Passos Coelho, com a justificação que as campanhas se ganham cá dentro, pediu aos colegas do governo para viajarem menos. Ele lá sabe, mas logo, agora, que os aviões desaparecem, acho péssima ideia não deixar a malta do governo ir viajar. Mas percebo a ideia do Passos: podia parecer que estão a fugir (para um sítio com nuvens ainda menos negras).

Bom ano, mesmo.»

João Quadros

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