7.1.15

Não queremos deitar tudo a perder...



«Esta frase da mensagem de Natal do primeiro-ministro toma-nos por ingénuos distraídos da dura realidade que há três anos enfrentamos e dá o tiro de partida para a campanha eleitoral das legislativas de Outono de 2015.

O Dr. Passos Coelho ou perdeu o sentido da medida ou vive num país que a sua imaginação criou, simples e linear como a sua própria mente: "É verdade que temos ainda muito trabalho pela frente", mas o que é isso ao pé dos problemas que foram herdados de 2011?

Para o PM ficaram para trás as "nuvens negras" que nos ensombraram a existência nestes últimos três anos. Um futuro radioso está à nossa espera. Basta que não seja estragado o que com tanto sacrifício foi conseguido nestes anos. É verdadeiramente assombroso verificar até que ponto se pode mistificar a História e tudo se passa como se se tratasse da construção dum cenário, para trás do qual foram varridos os problemas que vão continuar a afligir uma maioria significativa de portugueses, enquanto à boca de cena fica um Portugal verdejante, de pobrezinhos mas honrados, como alguém dizia antigamente, assessorados por um friso de ministros complacentes com a sua própria imagem. (...)

A frase do primeiro-ministro significa que quem se afastar da ortodoxia miserabilista da austeridade perderá tudo o que foi conquistado... quando afinal, como é dos livros, a montanha se limitou a parir um rato.»

José Maria Brandão de Brito

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