3.9.15

Pato à Pequim



«Vender o Novo Banco é fundamental para o Governo se salvar de ser crucificado em Bruxelas por causa do défice e para Maria Luís Albuquerque não perder a face. Todos prometeram que os contribuintes não seriam arrastados para o pântano de pagarem aquilo que também foi uma decisão política de Passos Coelho quando não deu a mão a Ricardo Salgado. (...)

Cada dia que passa mais poder tem quem pode comprar o Novo Banco e menos poder tem o BdP. Para Guo investir é o mesmo que fazer tai chi. E, depois de atingir o objectivo, as regras mudam: faz-se como Warren Buffett e usa-se as empresas financeiras adquiridas para financiar novos investimentos. Um dia se poderá ver, se Carlos Costa e Guo apertarem as mãos enquanto comem pato à Pequim, este a pedir fundos ao BCE através do Novo Banco para se pagar com fundos europeus investimentos chineses. Mario Draghi terá o seu último colapso.

O que espanta em tudo isto é o secretismo absoluto de Carlos Costa: porque falharam as negociações com a Anbang, porque a Apollo desapareceu do segundo lugar da "short-list", que dinheiro está mesmo em jogo? Os cidadãos têm o direito de saber, porque há muito dinheiro dos contribuintes em jogo e muita mais austeridade que pode nascer se tudo correr mal. Porque o que se espera é que não sejam os portugueses a carne do pato à Pequim.»

Fernando Sobral

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