28.10.15

Será que este discurso de Salazar não se parece com nada?



Sensação de déjà vu desde o fim da semana passada. Encontrei o motivo:

«Para mobilizar 23% do eleitorado, as oposições fizeram a maior coligação e a mais completa junção de esforços de que há memória e tiveram de aceitar a cooperação, senão a preponderância directiva, de elementos comunistas. Os que sobrevivem do chamado partido democrático, monárquicos liberais ou integralistas desgarrados, socialistas, elementos da Seara Nova, o directório democrato-social, vestígios dos partidos republicanos moderados, alguns novos, sedentos de mudança, e os comunistas – todos poderiam unir-se, como fizeram, mas só podiam unir-se para o esforço da subversão, não para obra construtiva. Não se pode ser liberal e socialista ao mesmo tempo; não se pode ser monárquico e republicano; não se pode ser católico e comunista – de onde deve concluir-se que as oposições não podiam em caso algum constituir uma alternativa e que a sua impossível vitória devia significar aos olhos dos próprios que nela intervinham cair-se no caos, abrindo novo capítulo de desordem nacional.» 

António de Oliveira Salazar, União Nacional, 01-07-1958, a propósito das eleições a que concorreu Humberto Delgado, que se tinham realizado em 8 de Junho. 
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1 comments:

Rogério G.V. Pereira disse...

António de Oliveira Cavaco
Não parece, é um facto