15.7.16

Libertar Portugal



«É certo que muita desta gente que praticamente todos os dias fala a partir de Bruxelas o faz sobretudo para os seus próprios eleitorados nacionais, mesmo quando respondem a perguntas dos jornalistas portugueses. A Norte, são por isso duros com os do Sul que não querem trabalhar e têm de ser postos na ordem. Já os do Sul são invariavelmente simpáticos, abertos ao diálogo, mas se por cá isso parece bem, é visto por alemães, holandeses, finlandeses e outros como uma manha típica dos que vivem à conta dos impostos deles. Quem viaja e visita estes países sabe que é essa a visão da maioria. Políticos e media locais não se cansam de alimentar esse tipo de preconceitos. (…)

O projeto europeu assentou na união. A atual política europeia está a cavar fundo a desunião. A Europa é cada vez mais um campo de batalha entre nações, para já com armas económicas e políticas, mas que abre de novo o espetro de confrontos convencionais. A construção de muros é, para todos os efeitos, um ato de guerra. E eles não param de crescer. As sanções não o são menos. (…)

É por isso que como pequeno país, frágil na sua economia, afável no seu comportamento, temos de pensar seriamente no nosso futuro. O cenário não podia ser pior. O capitalismo local não existe ou vende-se alegremente ao estrangeiro; a maioria das empresas é mal gerida e pouco produtiva; a política é medíocre; os media distraem o povo com assuntos menores e, em vez de nos defenderem, alinham displicentemente em muitas campanhas promovidas contra nós.

A libertação de Portugal volta a estar na ordem do dia. Em tempos foi a libertação de um regime fascista e isolacionista. Agora é do intolerável jugo do poder europeu e sobretudo de uma Alemanha que não parece ter aprendido nada com a sua própria história.»

Leonel Moura

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