23.2.17

Pinguins e não só



O sexto dia em terras da Nova Zelândia foi passado em Dunedin e na Península de Otago, ainda na costa oriental da Ilha do Sul. A região já teve melhores dias, sobretudo quando por aqui foi descoberto ouro em 1861, fonte de atracção para ricos mas também para emigrantes pobres, sobretudo chineses de mão-de-obra barata. Recentemente, até a celebérrima fábrica de chocolates Cadbury fechou portas, vendida a australianos e deslocalizada para o país vizinho.

Mas como bons neozelandeses, estas gentes deram a volta por cima e exportam o que podem, nomeadamente toneladas e toneladas de madeira, como as que fotografei agora mesmo da janela do meu camarote, carne congelada (de veado, por exemplo) e muitos outros produtos. Tiram também partido do facto de se encontrar aqui a primeira e muito importante universidade do país – a Universidade de Otago – que atrai uma multidão de estudantes e transforma Dunedin num centro de população especialmente jovem. Em 2014, a UNESCO atribuiu-lhe a designação de Cidade Criativa de Literatura.

Em termos arquitectónicos, de realçar a existência de muitos edifícios de estilo vitoriano e uma bela estação de caminhos-de-ferro, em cuja construção esteve envolvido o gabinete de Eiffel.

Mas a nossa vinda a Dunedin tinha como uma das principais atracções visitar pinguins de olho amarelo e albatrozes. Quanto aos segundos, «passo»: nenhuns se dignaram sobrevoar o local em que era suposto serem vistos e não estive para trepar um monte para contemplar uma espécie de ninhos de jovens em desenvolvimento.

Mas, sim, vi pinguins de olho amarelo – uma raridade, já que me dizem que só existem 2.000 no mundo, dos quais a maior parte em ilhas ainda mais a Sul deste país. Na reserva que visitei, há uns tantos num hospital e outros, poucos, fora dele. Já existiram muitíssimos, mas foram decrescendo em número desde a chegada dos europeus. Porquê? Porque estes trouxeram outros animais, sobretudo coelhos, que provocaram pestes que dizimaram pinguins. Nestas reservas, procura-se proteger os que restam, tenta-se que se reproduzam e colocam-se armadilhas para predadores. Enfim, nada de especialmente apaixonante para mim, confesso…

De resto, a paisagem continua de cortar a respiração, com montes, verdura e água por todos os lados.

Amanhã é dia para ver fiordes por onde o meu barco irá entrando e saindo. Depois… dois dias de navegação rumo à Tasmânia.








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