8.7.17

Bichos, muita bicharada (16)



The Agrodome. Ngongotaha, Rotorua, Nova Zelândia (2017).

The Adrodome é uma quinta onde são criados vários tipos de animais, com especial relevo para os carneiros (ou não se estivesse na Nova Zelândia…), atracção inevitável para turistas. Eu vi exemplares de 15 tipos, aqui já arrumados. 
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Dica (582)




«'Cien años de soledad', publicada hace medio siglo, fascinó a Mario Vargas Llosa, que consagró a la obra de Gabriel García Márquez un estudio pionero. En esta charla con el ensayista colombiano Carlos Granés recuerda aquella fascinación y repasa las luces y sombras de un escritor al que conoce como pocos.» 
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Rebobinemos até 8 de Julho de 1975



O Verão de 1975 foi bem mais tórrido do que o de 2017, apesar de incêndios e de assaltos a paióis. E precisamente em 8 de Julho de 1975, foi aprovado pelos 240 membros da Assembleia do Movimento das Forças Armadas, reunida durante 18 horas, o «Documento-Guia da Aliança Povo/MFA». Longo foi o enredo das peripécias que precederam a sua existência e aprovação, como fortes foram as reacções negativas imediatas que provocou, nomeadamente de PS, PSD e CDS.

Utópico e irrealizável com tudo o que hoje sabemos? Muito provavelmente. Mas com uma ressalva indiscutível: é hoje muito mais difícil mantermos a tal esperança que comanda a vida.

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O texto do Documento está aqui na íntegra, mas não resisto a transcrever a Introdução – que talvez surpreenda uns tantos.

«A aliança Povo-MFA tem sido uma realidade constante do processo revolucionário até ao momento presente. A acção libertadora do 25 de Abril, continuada por todo um conjunto de atitudes do MFA e dos partidos políticos progressistas e pelas medidas de carácter político e económico postas em prática, tem permitido manter um nível suficiente de coesão Povo-MFA. No entanto, a manutenção e consolidação da aliança Povo-MFA passa, numa primeira análise, pela satisfação das aspirações mais profundas das classes exploradas. Neste aspecto, urge prosseguir a obra iniciada em 25 de Abril de 1974. É dentro do âmbito de uma revolução cultural, pela aplicação das potencialidades militares e civis, nos campos técnico, humano e material que se mobilizará decisivamente o Povo para a Revolução. A prática começa a demonstrar este raciocínio, aliás óbvio. Essa premissa sine qua non de consolidação da aliança está em desenvolvimento e criará as condições para que o binómio motor do processo revolucionário português se mantenha e consolide.

Por outro lado, e ainda numa intenção de mobilizar o Povo para a Revolução, é necessário que às massas trabalhadoras sejam asseguradas condições de participação activa, o que passa por formas de organização popular, numa prática democrática, independente e unitária. Torna-se necessário aproveitar, concretamente, esta realidade fundamental, aliança Povo-MFA, estimulando-a e apoiando-a para a defesa e dinamização da Revolução em curso. A defesa e dinamização da Revolução, na sua actual fase, passam pela realização das seguintes tarefas:

a) Fomentar a participação revolucionária das massas, no sentido de criarem e desenvolverem agrupamentos unitários, numa perspectiva de implantação de verdadeiros órgãos de poder popular;
b) Defender a Revolução dos ataques das forças reaccionárias, através de uma consciencialização profunda das exigências do processo e da criação de organismos de defesa;
c) Vencer a batalha da economia.

Enquanto a produção não for suficiente para as necessidades globais do País, será necessário um grande esforço das massas trabalhadoras. É fundamental, portanto, vencer-se a batalha da economia superando o fraco desenvolvimento das forças produtivas, ampliando e desenvolvendo o controlo operário alargando-se o campo do sector estatal e procurando-se a acumulação necessária à nossa independência económica.»

E já lá vão 42 anos! 
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PSD – infiltrações suspeitas?



Com este cartaz de campanha de Teresa Leal Coelho, e a hipótese de Hugo Soares vir a ser o novo líder parlamentar, suspeito convictamente de que há infiltrações muito suspeitas nas hostes do PSD. Seria recomendável que a PJ fosse chamada a intervir. 
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Tribulações de um Governo optimista



José Pacheco Pereira no Público de hoje: 

«Responsabilidade política - A discussão sobre a responsabilidade política está muito viciada em Portugal e, se em parte suscita problema políticos reais, por outro lado está de tal maneira mergulhada quer no populismo, quer na partidarite, que se torna quase impossível ir ao núcleo duro da questão. Esse núcleo duro não é especialmente difícil de definir: um responsável político que foi avisado interna ou publicamente de um problema com os serviços sob sua chefia e desprezou a informação, tendo dessa inacção resultado desastres, perdas de bens, feridos e mortos, não pode fugir a ser responsabilizado com gravidade. E se acrescentar isto uma tentativa de ocultação, então é tudo mais grave. Aí o pedido de demissão de um ministro ganha sentido.

Foi o caso da Torre Grenfell em Londres em que havia avisos mais que suficientes de que existia risco de incêndio e nada foi feito. Ou, no caso português, os sucessivos relatórios (nos governos Passos Coelho e Costa) que apontavam deficiências ao sistema de comunicações de emergência, e que não foram tidos em conta. Depois, há graduações ou distribuições de responsabilidade que podem ter em conta várias formas de negligência ou uma condução errónea e caótica de um processo em curso e que funcione como revelador ou de incapacidade para o exercício de funções, ou insensibilidade face à gravidade do que estava a acontecer. Aqui, já a questão da responsabilidade política é menos evidente, podendo existir, sendo no entanto os critérios mais fluídos e dependentes do contexto. (…)

A protecção dos paióis – Não há palavras que não sejam duras para classificar o modo como em Tancos estavam protegidos os depósitos de armamento. Desleixo é pouco, negligência criminosa é melhor, se é que não se vem a verificar cumplicidade com o crime, tão espantosa é a situação daquelas que são as mais sensíveis instalações de uma unidade militar. E não adianta vir com a falta de videovigilância ou os buracos na rede. Se há coisa que existe em abundância numa unidade militar, são militares. E mesmo que o paiol estivesse num armazém sem qualquer vedação, é suposto haver, 24 horas sobre 24, homens e mulheres fardados em quantidade suficiente para o vigiar e proteger. Tudo o resto são aqui desculpas, mesmo que tudo o resto remeta para outra questão que diz respeito à degradação das instalações militares, no plano do hardware e a perda do ethos marcial no plano do software. São problemas muito sérios, não são alheios ao que se passou, mas a sua causalidade não é directa e não servem de desculpa para a negligência criminosa que permitiu e ajudou o assalto. (…)

Quem roubou e para que roubou – Vamos admitir a hipótese mais benigna: de que se trata de um roubo de criminalidade comum destinado a ganhar dinheiro com a venda do armamento no mercado de armas e nada tendo a ver com organizações terroristas, pelo menos no acto do roubo e no destino previsto para as armas. Esta hipótese só é benigna porque admite que o roubo não tenha sido feito directamente por um grupo terrorista, porque em tudo o resto ela é bem pouco benigna. Primeiro, quem roubou o material de guerra, este tipo de material em particular, é pressuposto que conheça como fazer chegar as armas ao mercado ou tenha um ou vários compradores. Segundo, porque este terreno é muito complicado, porque é difícil que esse mercado seja nacional. Isso significa que a logística tem que estar preparada para armazenar o produto do roubo, e fazê-lo chegar a qualquer destino.

Há em Portugal organizações criminosas com este know how e ligações? Essas organizações são portuguesas ou internacionais? E aqui soma-se à negligência criminosa que permitiu o roubo, outra igualmente preocupante: é que uma organização deste tipo deveria estar sinalizada nos serviços de informação e, caso o tenha estado, deveria ser uma prioridade no controlo e vigilância dos seus putativos membros. Esses criminosos têm que ter tido, no passado ou no presente, treino militar e conhecimentos sobre determinado tipo de armamento mais pesado, muito para além das armas ligeiras cuja manipulação está bastante disseminada, para compreender explosivos, granadas, detonadores, armas anticarro, etc. Tudo isto é pesado, perigoso de manipular. Algumas mafias estrangeiras, em particular as do Leste que actuam em Portugal, tem este tipo de conhecimentos, mas também presume-se estarem no radar das polícias e dos serviços de informação. Não é suposto um grupo destes materializar-se de um dia para o outro, conhecer as nossas unidades militares com paióis deste tipo, as suas fragilidades, disporem de gente que saiba escolher o que rouba, o transporte e depois o faça chegar a mercados de armas que possam valorizar este tipo de material, e que não é a pistola vendida à sucapa numa feira.

Só nos resta esperar que nada disto se tenha verificado e que meia dúzia de amadores, que vem filmes a mais, e que sabiam que, nos paióis de Tancos, era só chegar e servirem-se, tenham as armas num qualquer armazém de self storage, para depois as venderem pouco a pouco para ganharem uns dinheiros. Não é impossível, mas parece pouco provável.

Optimismo – Há aqui uma lição para governos e governantes: o optimismo pela sua própria natureza nas questões públicas dura sempre pouco e é muito frágil. A realidade está sempre mais próxima do que corre mal do que o que corre bem.» 
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7.7.17

Bichos, muita bicharada (15)



Bando de disciplinados pelicanos na Costa dos Esqueletos. Namíbia (2007).
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As crianças do Iémen




«UNICEF diz que maioria das crianças iemenitas, num número correspondente ao total de habitantes de Portugal, está sem acesso a cuidados médicos, nutrição adequada, água potável, saneamento e educação.»

Ao pé disto, quase tudo o que nos ocupa por cá, neste momento, não passa de ninharias com pouca importância!
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Cativações e não só




Fazer parte de uma maioria parlamentar não é tornar-se mudo. Nem gago. Nem acéfalo.
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Turquia: directora da AI Internacional detida



«URGENTE! Estamos chocados. Depois do presidente, agora foi a diretora executiva da Amnistia Internacional Turquia que foi detida. Se o objetivo era calar-nos, estratégia errada: vamos fazer ainda mais barulho! Hoje unimo-nos para defender quem defende os nossos direitos.»

Assinem a Petição.
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Às armas, às armas



«Assaltaram o paiol de Tancos e levaram diverso e mortífero armamento. A primeira pergunta que me apetece fazer é: as armas têm seguro? Não digo seguro contra terceiros, porque fazia pouco sentido, mas seguro anti-roubo. Dava jeito.

Nos últimos tempos, descobrimos que os alarmes em Portugal não funcionam em incêndios, nem em fuga de capitais, paióis e bancos. Só no raio do carro do meu vizinho às duas da manhã! É preciso ter azar.

No meio desta cegada toda sobre o assalto, há uma coisa que me faz muita confusão. Ver tropas especiais a queixarem-se que foram roubadas é o mesmo que ver escuteiros lixados porque ninguém lhes montou a tenda. Quando eu fui à tropa, se deixasse gamar a G3 ("a minha namorada"), estava totalmente tramado. Ainda hoje andava lá a limpar sanitas.

Custa a acreditar que Tancos, dos pára-quedistas e elite, tem segurança privada. E se calhar também tem uma senhora com uma vassoura porque eles têm medo de ratos. Dá para imaginar o seguinte diálogo:

Pára-quedista: - pareceu-me ouvir um ruído lá fora, comando...
Comando: - Não foi nada. Dorme sossegado o teu soninho. Temos os senhores da Securitas a zelar por nós.

Se é assim, em termos de segurança, acho melhor fazer de Tancos um condomínio fechado. Porque dá a sensação que este assalto ao paiol deu menos trabalho do que ir ao Ikea buscar uma cama. Tenho a teoria de que o assalto ao paiol foi feito por senhoras que vão à abertura das lojas da Primark. Aposto que a PJ vai dizer que o buraco na rede do paiol de Tancos foi feito por raio de trovoada seca.

Com o PM de férias, foi o ministro dos Negócios Estrangeiros que tomou as rédeas do caso e, pela cara do Santos Silva, dir-se-ia que quem gamou as armas foram os filhos do embaixador do Iraque. Por momentos, tive receio que Augusto Santos Silva dissesse que o Ministério da Defesa parece uma feira de gado.

Entretanto, Marcelo foi a Tancos fazer como o Poirot. O chamado CSI Marcelo. Foi investigar os roubos. A esta hora, o PR está a tirar moldes dos rastos dos pneus. Mas ainda bem que Marcelo foi lá para investigar. Se calhar, se o nosso PR tem ido para Tancos dar abraços e beijos, então é que seria o fim da virilidade da nossa tropa. Já basta terem deixado roubar as armas. Ainda tínhamos de ver Marcelo agarrado a um pára-quedista a dizer, soluçando:

"Fiquei sem nada. Levaram-me a antiaérea, o lança rockets, até a minha granada favorita". Depois as três televisões uniam-se para um espectáculo - Todos juntos outra vez - com música heavy metal para reunir dinheiro para ajudar Tancos.

Dê lá por onde der, o caso é grave. Ainda hoje, no Chiado, tentaram vender-me um lança-granadas de louro prensado. Mas, no fundo, o que é que se pode esperar de um país que incentiva a estas coisas no hino: "às armas, às armas". Se fosse "às drogas", era uma bronca.

Estou tão farto deste Verão e ainda agora começou. De agora em diante, para ficar mais descansado, eu acabava com os eucaliptos e com os paióis.»

6.7.17

Bichos, muita bicharada (14)



O célebre Lonesome George (George Solitário). Ainda o vi, morreu em 2012 (*). Ilha de Santa Cruz, Galápagos, Equador (2004).

(*) A tartaruga-das-galápagos-de-Pinta foi uma subespécie de tartaruga terrestre da ilha de Pinta, nas Galápagos. O último indivíduo conhecido foi um macho que morreu em 2012, na Ilha de Santa Cruz, sem deixar descendência (teria entre 93 e 109 anos). Foi considerado a criatura mais rara do mundo e tido como um símbolo dos esforços de conservação do ambiente, nas Galápagos e no mundo. 
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Dica (581)



Meu querido mês de Agosto (Mariana Mortágua) 

«O aumento que agora finalmente se concretiza é fruto das duras negociações para o último Orçamento do Estado e só acontece porque a Direita não está no poder, mas também porque o PS não governa em maioria absoluta. (…) E também não nos esquecemos que o plano inicial do PS, desenhado por Mário Centeno, previa o congelamento de todas as pensões durante quatro anos. Absolutamente inaceitável.» 
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Simone Veil, ainda

Se quer participar no assalto…


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O homem das casernas



Ricardo Araújo Pereira na Visão de hoje:


Na íntegra AQUI.
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5.7.17

Bichos, muita bicharada (13)



Um belo casuar. Sydney, Austrália (2017).

O casuar é uma ave de grande porte, nativa do nordeste da Austrália, Nova Guiné e ilhas próximas, muito ágil (pode correr 50 km/hora e saltar 1,5m). Torna-se muito agressiva se se trata de proteger ninhos e crias. As fêmeas põem entre 3 e 5 ovos, mas depois vão-se embora e os machos cuidam sozinhos dos ninhos e das crias durante os nove meses seguintes. 
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E quanto ao SIRESP…



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Rejeitado hoje, na Assembleia da República, com a seguinte votação:
A favor: BE / PCP / PEV / PAN
Abstenção: PSD / CDS
Contra: PS

Grande intervenção de José Manuel Pureza no debate:


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Regressa, Solnado…

Simone Veil – o testemunho dos filhos



Tenho muita pena das gerações, que escolheram outra segunda ou terceira língua, que não o Francês, porque não lerão estes magníficos textos.

Defesa e Administração Interna deixaram 302 milhões na gaveta



Se esta noticia do Negócios é verdadeira (ela data de ontem e não foi desmentida), parece-me grave: com manifesta e alegada falta de meios nos dois ministérios, não se entende tão grande poupança (maior na Defesa do que na Administração Interna).

«Os ministérios da Defesa e da Administração Interna tinham autorização do Parlamento para gastar 4.220 milhões de euros no ano passado. Mas a despesa efectivamente realizada ficou 302 milhões de euros abaixo do tecto legal dado pelos deputados. Esta poupança consta da Conta Geral do Estado (CGE) de 2016, publicada pela Direcção-Geral do Orçamento na segunda-feira. Este foi o montante que ficou na gaveta.

A tragédia de Pedrogão, onde os incêndios mataram 64 pessoas, e o roubo de material militar em Tancos, colocaram o Governo de António Costa sob pressão, até por parte dos seus aliados políticos na Assembleia. Bloco e PCP trouxeram para o debate o desinvestimento nos serviços públicos e lembram que o actual Governo preferiu apresentar a Bruxelas um défice mais baixo.

O que o relatório das Finanças permite perceber é que no ano passado o Estado poderia ter gasto mais. Esta conclusão é mais evidente no programa da Defesa – gerido pelo ministério José Azeredo Lopes-, onde o Estado poupou 240 milhões de euros. No caso do programa de Segurança Interna – executado por Constança Urbano de Sousa – a despesa ficou 62 milhões abaixo do que seria permitido.

Com a aprovação dos Orçamentos, os ministros recebem uma autorização para fazer despesa até um limite máximo Se o furarem, o Governo é obrigado a pedir nova autorização no Parlamento, ou seja, fazer um Rectificativo. Mas se não usarem a verba toda, essa execução inferior traduz-se numa poupança efectiva. Foi o que aconteceu no ano passado.

Contingente militar abaixo do previsto:


4.7.17

Bichos, muita bicharada (12)



Verdadeiros heróis num país onde «quem trabalha são as mulheres e os burros». Perto de Gondar, Etiópia (2013).

São mesmo um ícone, tão grande é a sua quantidade, tão importantes as funções que exercem como meio de transporte de mercadorias e de pessoas Chegam mesmo a ser «ambulâncias», que levam doentes a quilómetros de distância. 
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Tancos – os espanhóis gozam-nos…

Que tal olhar-se ao espelho, sr. Juncker?




«“Ridículo é haver um parlamento que tenha a funcionar ao mesmo tempo que o plenário as comissões, votos em comissões, reuniões de grupos parlamentares, conferências de presidentes de comissão, de presidentes de delegação… enfim, todo o tipo de reuniões. E nós não temos o dom da omnipresença”, explicou a eurodeputada do Bloco, apontando responsabilidades ao PPE, de que Junker faz parte, que fez aprovar “as regras de funcionamento do plenário de maneira a que possa acontecer tudo ao mesmo tempo. Eu nunca votei a favor destas regras, acho ridículo que elas sejam assim”, sublinhou Marisa. (…)

“Eu estava cá às 7h30 e às 8h da manhã tive uma audiência com o vice-presidente da Comissão, o Sr. Dombrovskis. A seguir estive a negociar o parecer que elaborei sobre o combate às desigualdades na UE”.

“E eu pergunto: O que é mais útil para os cidadãos portugueses numa manhã tão cheia como esta? É estar a fazer audições ao Sr. Dombrovskis sobre os impactos das reformas estruturais para os serviços públicos em Portugal e noutros países, é estar a negociar com os outros grupos parlamentares as 77 emendas colocadas ao meu parecer em relação ao combate às desigualdades na Europa, ou é ficar sentada a olhar para o Sr. Juncker, sem ter tempo de palavra, sem fazer absolutamente nada a não ser olhar para ele? Não estamos aqui para prestar vassalagem, estamos aqui para trabalhar”, rematou Marisa Matias.»

A novela do Convento de Tomar – The End




«O inquérito defende que a ideia de uma "destruição parcial" do Convento de Cristo, aludida na reportagem televisiva que suscitou a instauração do mesmo, mais que manifestamente exagerada, é errada. "As situações descritas" no programa Sexta às 9, da RTP, "'carecem de rigor e revelam desconhecimento científico'", lê-se na nota de imprensa emitida pela Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC). Ainda assim, é anunciada uma revisão do Regulamento de Utilização de Espaços patrimoniais, "com o propósito de uniformizar critérios de utilização".» 
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Gru e os maldispostos



«Num dos filmes de Gru, o maldisposto, ele anuncia que roubou a Estátua da Liberdade. O delírio dos Mínimos esfria quando Gru esclarece que foi a Estátua da Liberdade mais pequena, a de Las Vegas. Há maldades maiores do que as outras. Por estes dias, quando o país está maldisposto por causa dos resultados trágicos do incêndio de Pedrógão Grande e do roubo de material militar de Tancos, fica-se com a sensação que regressámos ao verdadeiro Portugal. Aquele em que os problemas nunca são resolvidos. Apenas são chutados para a frente ou são varridos para debaixo da cama. Um dia destes, todos o sabiam, o contínuo desinvestimento nas Forças Armadas portuguesas iria dar asneira. A fava calhou a Azeredo Lopes, um ministro que parece julgar que o transporte de tropas é ainda feito em Chaimites e que os militares são sucedâneos de Rambo. O coro de Mínimos que o vaiam é compreensível. A gestão política do caso é um desastre: à falta de explicações claras juntou-se agora o extemporâneo afastamento de cinco comandantes militares, dentro da lógica que o culpado é sempre o contabilista, a mulher da limpeza ou o nadador-salvador. Não são.

Por detrás das participações militares portuguesas em operações melindrosas no estrangeiro, esconde-se a falta de investimento humano e material nas Forças Armadas desde há décadas. Basta recuar no tempo. Alguém se lembra do processo surreal de substituir as G3? E que dizer do processo maquiavélico de dotar a marinha de lanchas rápidas de patrulha para as 200 milhas costeiras? E que dizer sobre o estado dos F-16? Para já não falar da falta de militares. Grita-se sobre a inexistência de vigilância electrónica. Mas alguém questiona porque não há militares nos postos fixos de guarda? O que se passou em Tancos era um desfecho anunciado. Fruto da incompetência política (porque a austeridade só se aplica aos últimos anos como desculpa) de sucessivos governos. Tancos foi a nossa carga da brigada ligeira. Mostrou a fragilidade deste país que deixa sempre para amanhã o que pode fazer hoje.»

3.7.17

Bichos, muita bicharada (11)



Centro de Protecção de Tartarugas (a 1ª à esquerda, sem uma pata, não será lançada ao mar). Kosgoda, Sri Lanka (2011).

As tartarugas desovam na praia, os ovos são recolhidos e «chocados» debaixo de terra, algumas semanas mais tarde as crias nascem, são guardadas três dias em tanques e depois lançadas ao mar. Em tanques especiais, vivem algumas estropiadas, muitas delas recolhidas nos destroços do tsunami de 2004.
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Cabo Verde




Isto é muito bom!
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Entretanto na Grécia




«A decisão conjunta dos ministérios da Saúde e da Justiça da Grécia veio concluir o processo iniciado em 2016, com a realização de um estudo que confirmou a validade da canábis no alívio dos sintomas da dor crónica, glaucoma ou esclerose múltipla, entre outras doenças.»
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Tancos?


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O que de mais importante se passa hoje nas democracias passa-se na América de Trump



José Pacheco Pereira no Público de hoje:

«Há um fogo em curso que ameaça matar muita gente: a Presidência Trump. E é muito connosco, porque está a dar-se um considerável agravamento das tensões internacionais, cujo resultado podem ser guerras ou a Guerra. A qualquer momento, do modo que as coisas estão, pode haver um incidente grave e uma escalada difícil de travar, até pelas idiossincrasias do “win, win, win” de Trump, embora, à data em que escrevo, ainda haja muita gente nos EUA capaz de o travar. Mas o risco de conflitos graves está a aumentar rapidamente. (…)

Há uma diferença fundamental entre a política interna de Trump, que corresponde a interesses reais e a uma ideia sobre o declínio interior americano, confusa e irrealista, mas que existe e tem fundamentos, e a política externa, campo em que o pensamento de Trump, se é que assim se pode chamar, era aceitar um status quo Trump-Putin, muito favorável aos russos, com a retirada dos EUA de todos os conflitos internacionais a não ser em matéria de acordos comerciais. Esta política era a desejada, mas não é a que está a ser seguida, porque Trump não escapa a ser pessoalmente confrontado pelos eventos, pois a personalização dos EUA no seu Presidente introduz uma mudança muito significativa no quadro das relações internacionais. (…)

É nos EUA, é na política americana que se encontra a chave para travar e, a prazo, remover legalmente ou por eleições, Trump. E, diferentemente do que pensam muitos democratas, não vai ser fácil nem vai ser bonito de se ver. Vai ser um processo duro, difícil, quase uma guerra civil tanto pacífica quanto possível, mas cujo rastro de violência está já aí à vista de todos.

O problema é que Trump, legitimamente eleito com uma “pequena ajuda” dos seus amigos russos, não vai querer ser legitimamente deposto, em caso de ilegalidades ou por uma derrota eleitoral. Para evitar perder, o homem do “win, win, win” vai fazer tudo o que possa, legal ou ilegalmente, para ficar no poder. E como o que se está a passar nos EUA é a tentativa de substituir a democracia, com os seus procedimentos, divisão, equilíbrios de poder e primado da lei, por uma autocracia assente no poder pessoal de Trump e da sua família, usando e abusando de todos os poderes que tem, e são muitos, os riscos são enormes. (…)

A enorme pressão autocrática que Trump faz sobre os fundamentos da democracia americana tem vários eixos de actuação: um culto da personalidade que só tem paralelo nos ditadores da América Latina do passado (apenas Maduro se aproxima hoje de Trump e vice-versa); a submissão vergonhosa do Partido Republicano; a perseguição de todos que se opõe, umas vezes verbalmente, outras afastando-os dos seus cargos, como aconteceu ao director do FBI e a vários procuradores; a demonização dos media, transformados no “inimigo principal”; e a prossecução de uma agenda que se destina a tornar autoritário o sistema político. (…)

E, depois, como estamos numa democracia, e a linguagem tem um valor democrático próprio, o tom dos seus “tweets” e intervenções, que são um constante apelo à violência verbal e física, a negação do “outro”, a chantagem, a paranóia do “nunca tal aconteceu”, “nunca isto foi conseguido”, o “melhor de sempre”, “milhões”, “biliões”, “triliões”, o “maluco do Joe”, o “louco Bernie”, a “crooked Hillary”, os ratings deste e daquele, menos o dele, o constante auto-elogio, encenado em comícios ou em reuniões do seu governo, num espectáculo nunca visto na América, ajudam a criar um caldo de cultura antidemocrático.

Trump fará tudo o que lhe permitirem que ele faça, sem qualquer outra consideração que não seja a sua preservação pessoal. Como já não é possível distinguir as duas coisas, a sua queda vai produzir muitos estilhaços porque ele fará tudo para que pareça ou seja um cataclismo. Trump é um tipo perigoso, muito perigoso.» 
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2.7.17

Bichos, muita bicharada (10)



Os corais também são «bichos»… Grande Barreira de Corais, Cairns, Austrália (2017).
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Dica (580)



¿Qué hacemos con los turistas? (Iñigo Domínguez) 

«El turismo no es bueno ni es malo en sí mismo, depende de los Gobiernos y sus políticas, y también de las decisiones de cada uno de nosotros. Es ya un aspecto más del consumo responsable para preservar el mundo, como ocurre con la comida o la energía. Ahora se trata de cómo se deshumanizan nuestros pueblos y ciudades.»
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Entretanto em França

Turismo - um risco e um perigo



Expresso Economia de 01.07.2017.

Notícia aqui, para quem tiver acesso.
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«Quo vadis», geringonça?


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Marco Capitão Ferreira, no Expresso Economia de 01.07.2017. 
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